Alzheimer pode ser diagnosticada precocemente através da retina
Um estudo desenvolvido por uma equipa da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) demonstrou que a retina pode facilitar o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer.
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“A retina poderá funcionar como um biomarcador não invasivo relevante para o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer”, afirma a UC num comunicado.
A doença de Alzheimer é caracterizada pela “perda gradual e irreversível de determinadas funções cerebrais, como a memória, a atenção e a linguagem”, e o seu diagnóstico “não é fácil de fazer”.
Uma vez que a retina é um tecido do sistema nervoso central (“tem a mesma origem embrionária que o cérebro”) e é considerada uma extensão do cérebro, a equipa de investigadores, coordenada por Francisco Ambrósio, explorou o conceito da “retina como um espelho ou janela para o cérebro”, isto é, “a retina pode ‘mostrar’ o que acontece no cérebro, no contexto de doença de Alzheimer”.
Nesse sentido, foi realizado “um estudo longitudinal, único e inovador, com um modelo animal triplo transgénico da doença de Alzheimer, um murganho que possui três genes humanos com mutações associadas a esta doença neurodegenerativa”.
Os resultados indicam “a existência de alterações estruturais e funcionais na retina e alterações estruturais no córtex visual do modelo animal”, afirma o líder do estudo.
“Estas alterações neurais poderão ser usadas como um biomarcador adicional para o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer”, salienta.
“Além disso, este trabalho reforça a possibilidade de se usar o olho como uma ferramenta adicional (de modo não invasivo) para o diagnóstico precoce e monitorização terapêutica da doença de Alzheimer”, acrescenta, citado pela UC, Francisco Ambrósio.
Apesar de o estudo se ter focado na Alzheimer, pode ser alargado a outras patologias, como doença de Parkinson e escleroses múltipla e lateral amiotrófica.