Défice de proteína pode explicar infertilidade na endometriose
Até hoje, não era claro o motivo pelo qual as mulheres com endometriose têm normalmente maiores dificuldades em engravidar. Mas um grupo de cientistas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul pode estar mais perto de perceber a relação entre esta doença e a infertilidade.
A endometriose é uma condição na qual o endométrio, a mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce noutras regiões do corpo, por exemplo, no peritoneu pélvico, nos ovários, na bexiga, no apêndice, intestinos ou até no diafragma. Quando não diagnosticada e tratada, a endometriose pode progredir e afetar outros tecidos.
A prevalência da endometriose é de cerca de dez por cento das mulheres em idade reprodutiva. Nas mulheres com infertilidade, essa prevalência aumenta para cerca de 25 a 45 por cento.
Em 80 por cento dos casos, a dor é a principal manifestação da doença, mas a endometriose está também associada à infertilidade e os cientistas não sabem explicar esta ligação. Mas novos estudos levantam a hipótese de a causa ser o défice de uma proteína que existe no útero.
Num artigo publicado na revista Science Translational Medicine, um grupo de cientista dos Estados Unidos e da Coreia do Sul explicam o estudo que realizaram com uma amostra de 21 mulheres com endometriose e infertilidade, tendo concluído que elas tinham baixo nível de uma molécula denominada HDAC3, em comparação com as mulheres sem endometriose.
Na sequência desta conclusão, os cientistas fizeram experiências com babuínos e ratos e chegaram a conclusões semelhantes.
A HDAC3 é um constituinte de uma proteína que ajuda a parede do útero a preparar-se para a gravidez e evita problemas com a implantação do útero.
O estudo não chega a qualquer conclusão definitiva, mas propõe que resolver o défice desta proteína possa ter bons resultados no tratamento da infertilidade nos casos das mulheres com endometriose.