Quase todos os jovens desfavorecidos que vivem no meio urbano estão expostos ao fumo do tabaco, incluindo o fumo passivo (FP), concluiu um estudo publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.

Durante a investigação, cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, fizeram um exame de urina para detetar biomarcadores específicos do tabaco a um grupo de jovens norte-americanos. Os investigadores compararam os compostos 4-(metilnitrosamino)-1-(3-piridil)-1-butanol (NNAL) e cotinina como biomarcadores de exposição ao tabaco em adolescentes urbanos.

A comparação foi realizada para determinar o ponto de corte NNAL ideal para distinguir o fumo ativo (FA) da exposição ao FP. Foram realizados ensaios sobre amostras de urina excedentes recolhidas de 466 adolescentes que frequentaram o atendimento pediátrico ou visitas de atendimento urgente no Hospital Geral de Zuckerberg, em São Francisco, de junho de 2013 a maio de 2014.

Os dados apurados mostraram que 94 por cento dos adolescentes tinham níveis mensuráveis de NNAL, em comparação com 87 por cento para a cotinina. Para distinguir o FA do FP, o ponto de corte NNAL ideal foi de 9,6 pg/mL por classe latente ou 14,4 pg/mL por análise característica do recetor.

Embora tenha havido uma forte correlação entre cotinina e NNAL, as inclinações de correlação diferiram para adolescentes expostos ativos versus FP. Os níveis de NNAL foram significativamente maiores nos não-fumadores afro-americanos, em comparação com outros grupos, sugerindo uma maior exposição ao FP.

Os autores afirmaram que o rastreio bioquímico de rotina com recurso ao NNAL ou à cotinina deteta uma elevada prevalência de exposição ao FP e deve ser considerado como uma ferramenta para reduzir a exposição ao tabagismo passivo em populações de alto risco.