FITOTERAPIA - A terapia pelas plantas

FITOTERAPIA - A terapia pelas plantas

TRATAMENTOS NATURAIS

  Tupam Editores

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Com origem nos étimos gregos phyton+therapeia (vegetal+tratamento), fitoterapia é o termo usado para designar o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura de doenças. Independentemente das latitudes e cultura dos povos, ela surgiu em praticamente todo o mundo há milhares de anos, sabendo-se por exemplo que as propriedades do ginseng e da cânfora, são conhecidas dos povos chineses desde o ano 3000 a.C., pelo menos.

O uso popular das plantas medicinais, sob as mais variadas formas, em infusões, chás, ou macerados, difere da definição hoje dada aos medicamentos fitoterápicos, que são preparações obtidas de extratos das plantas, por técnicas de farmácia avançadas, na maioria dos casos através de métodos industriais.

Classificados como “Medicamentos Tradicionais à Base de Plantas”, em Portugal somente está autorizada pelo Infarmed a comercialização de uma dúzia de medicamentos fitoterápicos, cujo dispensa é regulada pelo estatuto de medicamento não sujeito a receita médica (MNSRM).

De acordo com o Regime Jurídico do Medicamento de Uso Humano em vigor, por “Medicamento à base de plantas, entende-se qualquer medicamento que tenha exclusivamente como substâncias ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas”.

Os procedimentos para concessão de autorização de introdução no mercado (AIM), dos fitoterápicos obedecem aos mesmos requisitos de qualquer outro medicamento, porém só poderão ser objeto de registo de utilização tradicional os que cumulativamente:
– tenham indicações exclusivamente adequadas a medicamentos à base de plantas e, dadas a sua composição e finalidade, se destinem e sejam concebidos para serem utilizados sem vigilância de um médico para fins de diagnóstico, prescrição ou monitorização do tratamento;

– se destinem a ser administrados exclusivamente de acordo com uma dosagem e posologia especificadas;

– possam ser administrados por uma ou mais das seguintes vias: oral, externa ou inalatória;

– já sejam objecto de longa utilização terapêutica, de acordo com os dados bibliográficos ou pareceres de peritos que provem que o medicamento em questão, ou um medicamento equivalente, teve uma utilização terapêutica durante os trinta anos anteriores, incluindo, obrigatoriamente, quinze anos num Estado membro da UE;

– sejam comprovadamente não nocivos quando utilizados nas condições especificadas, de acordo com a informação existente e reputada suficiente;

– possam demonstrar, de acordo com informação existente e reputada suficiente, efeitos farmacológicos ou de eficácia plausível, tendo em conta a utilização e a experiência de longa data.

Baseada no conhecimento ancestral dos povos, a fitoterapia como método de tratamento à base de plantas, para além dos produtos com estatuto de MNSRM, disponibiliza igualmente formulações e produtos com elevada eficácia para tratamento das mais variadas patologias, muitos deles conhecidos e usados regularmente no dia-a-dia das populações orientais e cada vez mais procuradas pelos povos ocidentais, cujo conhecimento empírico foram entretanto perdendo ao longo dos tempos, em favor da medicina convencional.

De facto, o interesse das pessoas pela fitoterapia no ocidente tem vindo a crescer nas últimas décadas devido principalmente à procura de opções mais naturais, como forma de fugirem aos nefastos efeitos secundários dos medicamentos. Além disso, cada vez mais estudos e pesquisas científicas realizadas têm vindo a comprovar as propriedades benéficas de cada vez mais plantas medicinais, o que muito tem contribuído para o aumento de confiança dos consumidores à escala global, em particular com o advento da internet através da qual esses eventos são divulgados.

Contrariamente à crença popular, o uso de plantas medicinais não é completamente isento de riscos. Além do princípio ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas potencialmente indutoras de reações alérgicas devido à grande quantidade de substâncias diferentes, além de poder haver contaminação por produtos agrotóxicos ou outras substâncias perigosas, que no entanto podem ser eliminadas por processos industriais de refinação onde prevalece o controlo de qualidade da matéria prima.

De entre muitas outras substâncias, as plantas são constituídas por complexos químicos contendo vitaminas, minerais e óleos voláteis. Os fitoterapeutas, acreditam que o poder das plantas reside na sinergia dos vários elementos que a constituem, pelo que, em vez de utilizarem somente o princípio ativo, usam a planta na sua integralidade.

Além de plantas, a fitoterapia usa como ingredientes, flores, algas, plantas marinhas e selvagens, bolbos, raízes, cascas, sementes e folhas, ervas aromáticas, frutos, vegetais, especiarias e óleos essenciais, sendo possível encontrar nelas uma vasta gama de propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiflatulentas, adaptogénicas, sedativas, calmantes, tonificantes, fortificantes e estimulantes.

O tratamento fitoterápico atua em cooperação com a medicina tradicional, nunca se opondo a esta, pelo que a sua prática é utilizada sobretudo para ajudar a prevenir ou controlar algumas doenças mais comuns e aliviar os sintomas, mantendo uma abordagem holística visando o bem-estar e equilíbrio do organismo no seu todo.

Há uma infinidade de plantas cujas propriedades se mostram benéficas para a saúde, sendo por isso impossível enumerá-las na totalidade. Por uma questão de segurança, ao utilizar um produto fitoterápico deve assegurar-se de que não excede a dosagem recomendada pelo fabricante ou responsável pela comercialização e em caso de amamentação, gravidez, toma de medicamentos ou doença, deverá sempre obter o conselho prévio do seu médico ou farmacêutico antes de iniciar a toma de plantas medicinais.

Apresentações possíveis em fitoterapia

Tinturas – Para serem tomadas por via oral em pequenas quantidades, as preparações são feitas com álcool, a fim de extrair e conservar as propriedades originais dos componentes das plantas;

Decocções – Para tomar sob a forma de bebida obtida a partir da fervura em água, durante cerca de 10 minutos, de partes escolhidas das plantas depois de coada e deixada a arrefecer;

Infusões e chás – Bebidas obtidas depois de acrescentar água a ferver às partes selecionadas de plantas, deixando repousar durante alguns minutos;

Compressas quentes ou frias – Após a preparação da infusão aconselhada, mergulha-se nela um pano convenientemente limpo e desinfectado, aplicando-se em seguida na zona afectada. Esta solução é adotada para combater dores e outros problemas nas articulações;

Cataplasmas – São normalmente aplicadas com ligaduras para ajudar no alívio de dores articulares, após a sua preparação, usando plantas frescas ou secas depois de humedecidas e transformadas em pasta com água quente;

Cremes e bálsamos – Obtidos por processos industriais de produção, são usados para alívio de diversas patologias da pele, por aplicação externa;

Comprimidos e cápsulas – Igualmente obtidos por métodos industriais, contêm o princípio ativo da planta escolhida ou de outras partes ou plantas, e a sua toma é idêntica à de qualquer outro fármaco;

Banho de ervas – As plantas ou óleos essenciais aconselhados, embalados em pequenas saquetas são colocados por exemplo na água do banho, a fim de ajudar no relaxamento do corpo.

A utilização de plantas com fins medicinais e terapêuticos, tem vindo a ser harmonizada na União Europeia na última década. Atualmente já existe um considerável número de monografias de eficácia para plantas com indicações aprovadas a nível comunitário, quer para uso específico quer para registo de utilização tradicional.

Várias destas plantas crescem espontaneamente um pouco por todo o território nacional, mostrando que é possível a sua cultura e exploração por empresas interessadas na sua utilização adequada, comércio e exportação. Trata-se de recursos naturais do país que interessa valorizar, considerando e valorizando as indicações terapêuticas já aprovadas a nível comunitário, sendo para isso necessário reunir vontades e agentes económicos que promovam e facilitem a sua exploração.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
22 de Março de 2024

Referências Externas:

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