COVID-19: VACINA É “LUZ AO FUNDO DO TÚNEL”

COVID-19: VACINA É “LUZ AO FUNDO DO TÚNEL”

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

0

O mundo continua a lutar para conter a pandemia do novo coronavírus, mas as “armas” em desenvolvimento são cada vez mais promissoras. O SARS-CoV-2 passou a ser o “inimigo” número um de muitos laboratórios, mas a investigação tem avançado levando para a fase final de testes clínicos as vacinas da AstraZeneca, CanSino Biologics, Pfizer e Sinopharm; os holofotes, porém, estão num novo método de reforço do sistema imunitário.

O novo vírus precisou de poucos meses para infetar milhões de pessoas um pouco por todo o mundo. A necessidade de uma vacina para imunizar a população, para evitar um maior número de infeções e, acima de tudo, um maior número de mortes, direcionou os cientistas para um método que está a dar os primeiros passos, mas que se acredita seja uma arma eficaz contra esta e futuras pandemias: as vacinas mRNA.

Nas vacinas ditas tradicionais é necessária uma amostra do próprio organismo (vírus ou bactéria) ou da proteína que cria, que é “desativada” ou enfraquecida através de químicos, ou seja, ao ser introduzida no organismo, o corpo cria anticorpos e aprende a defender-se daquele organismo.

Nas vacinas mRNA, o que é introduzido no corpo é um mensageiro de ácido ribonucleico (mRNA na sigla em inglês), que contém informação genética sobre o vírus e engana o corpo para que seja ele próprio a produzir a proteína do “visitante” agressor. E como estas proteínas são “solitárias”, não têm capacidade para formar o vírus. Assim que o sistema imunitário do corpo deteta estas proteínas, produz anticorpos de defesa – quando o vírus infetar efetivamente aquela pessoa, o corpo já sabe quais os anticorpos necessários para se defender.

Além disso, as vacinas mRNA são consideradas, em teoria, mais seguras para o paciente, por não introduzirem elementos infecciosos no corpo, e ainda são mais rápidas e baratas de produzir, uma vez que não exigem a criação e o enfraquecimento do próprio vírus. Apesar de ainda não ser conhecido o melhor método de administração, as vacinas mRNA podem ser executadas por injeção com ou sem seringa, diretamente no sangue, músculo ou órgão, ou via um spray nasal.

Atualmente existem pelo menos duas vacinas mRNA, entre as dezenas que estão a ser criadas, para combater o novo coronavírus: uma pela empresa americana Moderna e outra pela alemã CureVac. Se alguma destas vier a ser aprovada, será a primeira vacina mRNA a chegar ao mercado.

A investigação tem produzido frutos, resta-nos aguardar pacientemente pela vacina que nos  permita “respirar sem barreiras”.

Situação na europa

O cenário não se alterou, e a situação continua a agravar-se na europa e nas américas. Os mapas semanais do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), que se baseiam em dados fornecidos pelos Estados-Membros da UE à base de dados do Sistema Europeu de Vigilância (TESSy), com vista a uma abordagem coordenada da restrição da liberdade de circulação, adotada pelos Estados-Membros em outubro último, no seguimento das recomendações do Conselho Europeu, refletem esse agravamento; mais de 17 135 241 contágios e 388 970 fatalidades desde o início da pandemia.

O número acumulado de fatalidades por 100 000 habitantes (14 dias), continua muito elevado, em particular em Liechtenstein (26.1), Bulgária (22.3), Eslovénia (20.1), República Checa (19.0 Bélgica (18.9), Polónia (17.1), Itália (15.3), Hungria (15.2), Luxemburgo (13.4), França (11.9), Roménia (11.3).

Igualmente inquietante é também o número acumulado de infeções por 100 000 habitantes (14 dias), que em alguns países europeus tem vindo a crescer exponencialmente em países como Luxemburgo (1237.2), Croácia (974.0), Eslovénia (970.9), Áustria (932.7), Liechtenstein (862.5), Lituânia (857.0), Polónia (789.0).

De repente é como se o mundo tivesse parado! Com as restrições impostas em Portugal por força das circunstâncias, devido à pandemia por Sars-Cov-2, as pessoas ficaram com as suas vidas condicionadas e cada vez mais isoladas de amigos e familiares, setores da atividade económica a colapsarem e com o SNS a dar sinais cada dia mais preocupantes de que os cuidados intensivos nas unidades hospitalares estão prestes a esgotar a sua capacidade, adivinhando-se um futuro ainda carregado de nuvens de incerteza.

Finalmente, parece que alguns anúncios de solução por parte da comunidade científica, vão concretizar-se até ao primeiro trimestre do próximo ano com a promessa de vacinas salvadoras, que no entanto só estarão disponíveis na farmácia comunitária, na melhor das hipóteses, no segundo semestre de 2021. Até lá as vontades vão-se desmoronando, esmorece a esperança e a economia degrada-se, destruindo empregos e atirando milhares de pessoas para a dependência de subsídios estatais que todos pagaremos, e nalguns casos para a miséria.

Entretanto, os governos de vários países que ainda o podem fazer, vão libertando algumas boias de salvação, sempre insuficientes para as empresas e populações, como apoios a fundo perdido, moratórias no crédito às empresas e às famílias, medidas de proteção ao emprego em particular nas empresas que entraram em layoff, linhas de crédito para as famílias e empresas, bem como compensações financeiras especiais para algumas empresas mais atingidas pela crise e sem alternativa de fuga, como sejam os restaurantes, a atividade turística e similares.

O momento é histórico! A humanidade já deveria estar mais bem preparada para minimizar, senão para impedir que este tipo de pandemia viral acelular, que desde tempos imemoráveis ciclicamente nos visitam, pudesse disseminar-se com tamanha rapidez e magnitude.

Já nas várias pandemias virais do passado, as chamadas segunda e terceira vagas se mostraram mais virulentas e mortíferas que as primeiras, tal como se verifica hoje, como que dando espaço e tempo à reflexão para implementar medidas mais eficazes de contenção da doença, o que não aconteceu, dado que esta nova COVID-19 está já a tornar-se numa das mais sérias doenças globais com o número de mortes em crescendo, ultrapassando já 1,4 milhões de vítimas.

É devido principalmente à melhoria das condições de vida e salubridade na maioria dos países por todo o mundo, que estamos atualmente muito melhor preparados para enfrentar novas pandemias, seja através de campanhas de vacinação ou devido aos progressos tecnológicos de comunicação que nos permitem reagir e interagir mais rapidamente a nível global. Contudo, todos esses fatores ainda não provaram ser suficientemente eficazes para travar os ardilosos vírus que nos têm acompanhado desde sempre e que parece nos quererem alertar para que alguma coisa está errada e por isso a humanidade terá de corrigir a sua trajetória.

Atualmente com mais de 375 mil mortes e 16,4 milhões de infetados, o território europeu, que viveu um verão com relativa tranquilidade devido a uma redução generalizada de casos face à primavera, vê-se agora perante um cenário oposto, com vários países a recorrer ao toque de recolher obrigatório como medida de contenção e nalguns casos ainda mais gravosas, como o encerramento de espaços comerciais e públicos, pondo em causa os direitos e garantias dos cidadãos e principalmente a economia e o emprego.

São medidas musculadas mas inevitáveis, como forma de travar um aumento descontrolado das infeções entre as suas populações e um novo confinamento total, como os que ocorreram nos primeiros meses da pandemia e agora se repetem, ou, pior ainda, uma fotocópia do que se passou nas pandemias em séculos anteriores.

O país – em “estado de emergência”, para já, até 8 de dezembro –, registou nas últimas 24 horas mais 82 óbitos, tendo sido confirmados mais 6 383 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março último –, de 280 394 infetados, 193 944 recuperados e 4 209 vítimas mortais. Há, ainda, a registar 82 241 doentes ativos e 516 casos críticos, que estão a ser acompanhados pelas autoridades de saúde em UCI.

O primeiro-ministro e as autoridades de saúde insistem no apelo para que todos adotem as regras e os comportamentos individuais estabelecidos pela DGS, designadamente a lavagem frequente das mãos, o uso de máscaras de proteção e o distanciamento físico, a que se juntou o uso obrigatório de máscaras de proteção em todo o espaço público onde não seja possível manter o distanciamento recomendado, medidas que apesar de tudo parece não estarem a resultar.

A pandemia irá muito provavelmente, manter-se entre nós por longos períodos de tempo. Se as regras de prevenção forem cumpridas e a sua expansão mantida sob controlo, iremos dominar esta batalha até que um tratamento eficaz ou as vacinas milagrosas tão anunciadas nos venham libertar dos medos e da desconfiança em que vivemos. E esse momento pode estar para breve!

Planeamento e logística

O governo português já assegurou doses de vacinas para a COVID-19 necessárias, através de contratos com empresas farmacêuticas, em nome dos países da União Europeia e está, atualmente, a trabalhar na estratégia de vacinação dos portugueses.

A Direção-geral da Saúde criou recentemente uma comissão técnica, para definir os critérios em que a vacina contra a COVID-19 será aplicada no país, e uma “task force” para operacionalizar este processo. Os planos de vacinação serão divulgados já nos primeiros dias de dezembro.

A Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19 (CTVC) é composta por 11 especialistas que têm acompanhado a evolução dos conhecimentos sobre o vírus SARS CoV-2, sobre a clínica e a epidemiologia da infeção e sobre as vacinas contra a COVID-19 em desenvolvimento ou sobre a vacinação em geral. A sua missão é dar parecer técnico sobre a(s) estratégia(s) a adotar, recomendar os grupos prioritários para a vacinação e pronunciar-se sobre as vacinas que forem sendo disponibilizadas no mercado nacional e internacional.

A “task force” tem como missão a operacionalização de todo o processo, ou seja, a logística do armazenamento, distribuição e administração, e também fazer a monitorização das pessoas que serão entretanto vacinadas. Esta equipa irá garantir que todas estas áreas vão trabalhar de forma interligada.

Esta medida vai ao encontro do apelo feito pela comissária europeia Ursula von der Leyen para que os estados-membros comecem “a preparar a logística para o lançamento de centenas de milhões de doses de vacinas”.

A COVID-19 a nível Global

De acordo com o site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 27 de novembro de 2020, foram notificados em todo o mundo 61 492 527 casos de doença, incluindo 1 441 107 mortes e 42 503 942 recuperados, números que continuam a crescer na europa, particularmente a nível das fatalidades.

Embora com tendência ligeiramente decrescente, o continente americano continua a ser o mais fustigado, com o número de infetados a ultrapassar 26 265 298, seguido da Ásia com mais de 16 234 669 casos, da Europa, que numa segunda vaga passou de uma situação aparentemente controlada para uma explosão de novos focos de contágio e de mortes, em menos de 2 semanas, ultrapassando já os 15 082 224 e de África também com um pequeno crescimento para 2 126 730 casos. A oceania com 44 431 contaminados continua a ser o continente menos afetado.

covid 19, mapa mundo

A experiência de outras pandemias que eclodiram no passado e que aqui já abordámos sumariamente, recomendam precaução absoluta. A COVID-19 transmuta-se e não dá tréguas! Decorrido quase um ano após a primeira infeção detetada em humanos, a incerteza quanto ao evoluir da doença apesar de tudo mantém-se, designadamente quanto à possibilidade de eclosão de novas vagas no futuro. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde e a das nossas famílias. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do novo vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como o síndrome respiratório do Médio Oriente (MERS) e o síndrome respiratório agudo severo (SARS-CoV-2).

Um novo coronavírus (COVID-19) foi identificado em Wuhan, China, em final de Dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo originado a atual pandemia, sabendo-se agora que tem a capacidade de mutação em animais, como foi agora confirmado entre as populações de martas nos Países Baixos e na Dinamarca.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infecciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada diariamente pela OMS, ECDC, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuídos ao COVID-19. Não obstante estes números estarem a mudar a cada minuto que passa, o quadro abaixo reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto nos é possível.

Situação Mundial da pandemia a 27 de novembro, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus inalando pequenas gotículas infetadas ao tossirem ou espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A maioria das pessoas infetadas experimenta uma doença leve e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular
– Cansaço anormal

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pelo COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com o COVID-19 e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
– Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1 metro de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

Linha de apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

UMA HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

SOCIEDADE E SAÚDE

UMA HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O Dia Internacional da Mulher, data dedicada à celebração das conquistas e contribuições das mulheres ao longo da história, bem como à consciencialização sobre as desigualdades de género e à promoção...
PRÉMIO NOBEL DE MEDICINA 2023

SOCIEDADE E SAÚDE

PRÉMIO NOBEL DE MEDICINA 2023

Em cerimónia realizada a 2 de outubro no Instituto Karolinska, na Suécia, o porta-voz do Comité do Prémio Nobel revelou que Katalin Karikó e Drew Weissman eram os galardoados com o Prémio Nobel de Fis...
ESTAR SÓ OU SENTIR-SE SOZINHO

MENTE E RELACIONAMENTOS

ESTAR SÓ OU SENTIR-SE SOZINHO

Para compreender a diferença entre estar sozinho ou gostar da solidão, leva-nos a uma reflexão importante sobre dois conceitos que povoam a nossa mente.
TRATAMENTOS PARA A DOR CIÁTICA

DOENÇAS E TRATAMENTOS

TRATAMENTOS PARA A DOR CIÁTICA

A dor ciática ou mais vulgarmente designada somente por ciática, é um sinal de perturbação da função do maior nervo do corpo humano, o nervo ciático, que pode tornar-se incapacitante e causar muito so...
0 Comentários