COVID-19: OS COLOSSAIS ESFORÇOS EM 2021

COVID-19: OS COLOSSAIS ESFORÇOS EM 2021

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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A pandemia provocada pela covid-19 veio pôr à prova as capacidades de cooperação internacional e mostrar de forma inequívoca a interdependência entre todos os países e regiões do mundo. Na realidade, nunca até hoje foi tão notória a natureza pluridimensional das crises, a coordenação internacional nas respostas sanitárias e consequentes efeitos na economia e nos sistemas sociais.

Além disso, veio também dar maior visibilidade às desigualdades, levando à reflexão sobre a necessidade de maior solidariedade no apoio aos mais frágeis, pois existem outros tantos problemas conexos de natureza global que exigem respostas determinadas em 2022.

O ano de 2021 destacou-se como o período em que foram levados a cabo esforços colossais a nível global com vista a travar a pandemia e os seus efeitos devastadores. Num esforço titânico, os países travaram uma luta sem quartel á covid-19, que ceifou mais vidas em 2021 do que em 2020, ao mesmo tempo que lutavam para manter outros setores da sociedade e da saúde em particular, em funcionamento. Neste particular, os profissionais de saúde e cuidadores suportaram a maior parte desses esforços, mas muitas vezes acabaram por receber parco reconhecimento ou recompensa.

A encerrar o ano de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS), veio a público destacar dois importantes eventos que irão marcar os próximos anos. O primeiro foi a decisão histórica dos Países-Membros que a integram, terem acordado em desenvolver um processo de redigir e negociar uma nova convenção, acordo ou instrumento que vise a prevenção e resposta à pandemia, informados por um grupo de trabalho ativo dos seus membros. O espírito de solidariedade que sustenta o processo não apenas mitigará o impacto de futuras pandemias, mas encerrará a atual.

Recomendações concretas do grupo de trabalho, estabelecido para um financiamento mais sustentável da OMS foram propostas, visando aumentar a flexibilidade e previsibilidade no seio da Organização, incluindo a possibilidade de mudança na avaliação das contribuições, calculadas com base no PIB de cada país. No entanto, para se chegar a um consenso total, os Estados-Membros concordaram ser necessário mais tempo para esse efeito, tendo deliberado que um relatório preliminar será enviado ao Conselho Executivo da OMS em janeiro de 2022.

O segundo marco importante da OMS em 2021, foi a publicação do Plano de Implementação que estabelece as bases para tolerância zero na exploração sexual, abuso e assédio, ou indiferença perante esses atos, incluindo entre as fileiras da Organização, cuja missão é promover a saúde, manter o mundo seguro e servir os mais vulneráveis.

Apesar dos notáveis progressos científicos na descoberta das vacinas e na sua rápida produção e distribuição, por falta de solidariedade e outros fatores, não foi ainda possível assegurar um nível de vacinação equitativo. Mais de 70% dos países mais ricos já se encontra vacinada com duas doses, porém nos países de rendimento mais baixo somente 9% recebeu uma primeira dose, o que inevitavelmente irá penalizar a economia Global.

Enquanto isso, o início do Novo Ano é marcado por um sério agravamento da situação pandémica, originado principalmente pela variante Ómicron com grande capacidade de mutação e altamente transmissível, que em poucas semanas se espalhou por todo o mundo.

Apesar da prevalência da variante Ómicron já representar cerca de 90% dos casos e o número de infetados ter disparado para valores nunca antes atingidos, segundo os especialistas a doença não tem vindo a agravar os internamentos e o número de mortes, que se têm mantido com tendência estável.

Notícias mais recentes dão conta do surgimento de novas variantes com origem no sul de França e na Colômbia, mas os especialistas dizem que são apenas mais uma variante entre mais de 46 já identificadas e não deverão constituir nova fonte de preocupação, estando a ser monitorizadas pela OMS.

A generalidade dos cientistas, indica que a maioria das vacinas COVID-19 de primeira geração tem como alvo a proteína S, que se prende à superfície externa do vírus SARS-CoV-2, usado para infetar as células humanas. Porém, considerando a mais recente e abrupta evolução do vírus, vêm destacar a necessidade de novas vacinas que tenham como alvo constituintes do vírus menos suscetíveis de sofrer mutações.

Vários grupos de pesquisa e empresas farmacêuticas já começaram a trabalhar em vacinas de proteção mais ampla, que visem as partes essenciais de que o vírus depende para a sua capacidade de mutação e sobrevivência. Especialistas alertam, no entanto, que provavelmente levará mais de um ano e generosos financiamentos até que se consiga obter algum sucesso.

Os primeiros focos da variante Ómicron, cuja origem ainda é desconhecida, foram reconhecidos e detetados na África do Sul e no Botswana no início de novembro de 2021, evento que coincidiu com o aumento de casos de COVID-19 na região e cuja transmissão se propagou rapidamente pelo mundo através das viagens. Os sintomas gerados por esta variante são principalmente o cansaço, pequena irritação na garganta, dores de cabeça e febre ligeira, mas muitas vezes as pessoas mantêm-se assintomáticas.

No espaço europeu (EU / EEE), a taxa geral de notificação de casos COVID-19 continua a aumentar exponencialmente cifrando-se num aumento de 66% relativamente à semana anterior, com a maioria dos países no pico de infeções. Por cada 100 novos casos relatados em todo o mundo, mais de 50 foram registados em países da Europa onde atualmente se verifica mais de um milhão de novas infeções por dia e um valor acumulado superior a 93 milhões desde o início da pandemia.

Apesar disso, as taxas de mortalidade devido à doença têm vindo a cair sucessivamente desde novembro de 2021, mantendo-se atualmente em 3,3 mil mortes, cerca de metade das fatalidades de então, com os internamentos hospitalares e a ocupação em UCI a manterem igualmente uma tendência de descida ou de estabilização.

Segundo as previsões do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC), os casos de infeção na Europa vão continuar a subir, impulsionados pelas novas variantes da Ómicron e pelas baixas temperaturas, que obrigam as pessoas a manter-se mais tempo em ambientes fechados e sem ventilação, propícios ao desenvolvimento da doença, alertando ainda que embora as vacinas evitem que muita gente adoeça e morra, nenhuma é 100% eficaz.

A liderar o processo de imaginar o futuro das ameaças infeciosas, a OMS congrega toda a informação obtida através de consultas a líderes mundiais e influenciadores de uma grande variedade de disciplinas para discutir o futuro, olhar para as tendências globais e construir consenso sobre as ações coletivas que a comunidade mundial pode realizar para atenuar os riscos em curso e previstos da COVID-19, bem como de outras potenciais ameaças infeciosas nos próximos 3 a 5 anos.

É também chegada a altura de os governos, organizações e profissionais de saúde pública começarem a pensar no enorme número de sobreviventes de COVID-19 que vão precisar durante algum tempo de cuidados continuados para uma variedade de sintomas físicos e psicológicos provocados pela pandemia e pelos longos períodos de isolamento a que estiveram sujeitos, sabendo-se desde já que pelo menos metade dos infetados permanece com sequelas até cerca de 6 meses, segundo um estudo alargado do Penn State College of Medicine da Pensilvânia, EUA.

Para avaliar os efeitos da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 na saúde, a curto e longo prazo, os pesquisadores examinaram estudos mundiais publicados em dezenas de relatórios contendo dados de mais de 250 mil adultos não vacinados e crianças, diagnosticados com a doença entre dezembro de 2019 a março de 2021 e que recuperaram.

Dessa investigação resultou que os sobreviventes tiveram uma série de complicações de saúde associados à COVID-19 que afetaram o bem-estar geral dos pacientes e a sua mobilidade, com taxas de incidência praticamente constantes durante um a seis meses após o diagnóstico inicial da doença. Sintomas como cansaço extremo injustificado, dificuldade em respirar, dores no peito e articulações, bem como a perda de paladar ou do olfato, experimentados durante a doença, podem manter-se até seis meses ou mais após a recuperação da COVID-19, em adultos e crianças.

Responsáveis da ECDC têm vindo a insistir que a combinação de uma cobertura elevada de vacinação, aliada a uma redução efetiva de contactos sociais e higienização pessoal e dos ambientes, são fatores decisivos para reduzir o risco de sobrecarga nos sistemas de saúde nesta estação de inverno. Aos países competirá realizar esforços no sentido de aumentar de forma contínua a cobertura da vacinação em todas as faixas etárias elegíveis, onde também se incluem as crianças e os jovens da comunidade escolar.

Embora Portugal se mantenha entre os países com um dos mais elevados índices de vacinação de todo o mundo, passou a constar da lista dos países de risco elevado, devido a um aumento significativo de casos e hospitalização, sendo por isso necessária uma permanente vigilância, testagem contínua e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e melhor ventilação, em particular em ambientes escolares, dado se prever que sejam as crianças as mais atingidas nos meses de inverno.

O tema da pandemia permanece na agenda dos governos de todo o mundo, levando-os a ponderar novas formas de resolver o problema dos desequilíbrios entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, através da criação de mecanismos mais eficazes de equidade na distribuição das vacinas pelos países economicamente mais débeis, como forma de proteger as fronteiras e impedir a propagação da COVID-19, tal como é reiteradamente recomendado pelos responsáveis da OMS e sem os quais nunca se conseguirá travar a pandemia.

O papel da OMS

Apesar das recomendações feitas pela OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses administradas em todo o mundo.

A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ilusão de que tudo já estava controlado. Na realidade, face a esses resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde na maioria dos países têm vindo a reportar uma redução ou estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 58,8% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 9,33 mil milhões de doses a nível Global e 30,42 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 8,8 % das pessoas de países com baixos recursos económicos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 91,37% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Contudo, parece haver cada vez maior unanimidade entre os especialistas, indicando que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.

Os efeitos na saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, ainda estão longe de poder ser feitas.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar um modelo de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos e Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, deixa uma mensagem importante: “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema. Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

As novas variantes e a imunidade vacinal

Atualmente no terceiro lugar do ranking mundial de vacinação, segundo o site ourworldindata.org, há já alguns meses que Portugal ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como precocemente foi anunciado.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron, vem de novo baralhar os dados, muito embora os peritos indiquem que apesar de ser mais contagiosa, é menos letal, o que, contudo, não deixa de ser uma nova preocupação para especialistas e governantes.

A preocupação com o surgimento da nova mutação do vírus é generalizada, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta batalha. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, mais um esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente esta nova variante do SARS-CoV-2, e outras que eventualmente possam surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, ou outros comprovativos oficiais similares, adotados nas várias regiões do Globo, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, do qual já foram emitidos mais de 9 milhões em Portugal, está disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19.

Perspetivas

Como já referido, uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Entre nós, terminado o ciclo de testagem e vacinação durante o período mais agudo de emergência levado a cabo pela task-force, depois de se ter atingido o topo do ranking de vacinação a nível mundial, inicia-se agora, timidamente, o regresso às atividades normais nos cuidados de saúde, numa altura em que a situação se agrava de novo, devido à variante Ómicron e à sazonalidade das infeções respiratórias.

Segundo o último relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 23 017 910 doses e administradas 16 936 974. Destas, pelo menos 9 039 364 pessoas receberam uma primeira dose, 8 904 253 a vacinação completa e 1,9 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde a cerca de 88,63% e 89,19% da população, respetivamente, números que colocam Portugal atualmente nos primeiros lugares da corrida mundial da vacinação contra a COVID-19.

Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 27 780 292 milhões de testes (PCR+ Antigénio). Apesar dos indicadores favoráveis de vacinação, as taxas de contágio da pandemia no nosso País dispararam para valores nunca antes atingidos na primeira semana de janeiro de 2022, prevendo-se que continue a subir, com o índice de transmissibilidade (Rt) também a subir para 1,41 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a atingir um valor muito preocupante de 2104,7 casos por 100 mil habitantes.

Situação atual na Europa

Segundo a ECDC, a situação epidemiológica geral no espaço da UE / EEE na última semana, é caraterizada por uma taxa geral de notificação de casos alta e crescente e uma taxa de mortalidade que tem vindo a aumentar lentamente. Observam-se agora taxas crescentes de notificação de casos e uma situação epidemiológica de grande ou muito elevada preocupação, em particular nas zonas ocidental e setentrional da UE / EEE. Esta situação é em grande parte motivada pela alta transmissibilidade da nova variante Ómicron prevalecente na região, que veio limitar a redução da transmissão alcançada através da vacinação.

As previsões de novos casos de infeção e mortes, produzidas pelo Centro Europeu de Previsões COVID-19 e de internamentos hospitalares e UCI indicam que a tendência dominante é de crescente aumento de casos, bem como de internamentos hospitalares e de normalização nas admissões em UCI.

Em Portugal, o número diário de óbitos tem vindo de novo a aumentar tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 25 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 39 074 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2 (2º dia consecutivo com mais de 39 mil casos), o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 1 539 050 infetados, 1 272 556 recuperados e 19 054 vítimas mortais. Há ainda a registar 247 440 casos ativos da doença, 1311 internamentos hospitalares e 158 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

O agravamento da situação tem vindo a condicionar o processo de desconfinamento e abertura económica na região europeia devido à predominância das novas variantes e a presença de inverno com baixas temperaturas, sentindo-se um certo receio entre as comunidades, devido à imprevisibilidade na evolução de outras potenciais estirpes da COVID-19.

É por isso necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar. É imprescindível que além da vacinação com doses de reforço, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, sejam seguidas, mesmo após a vacinação completa.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 07 de janeiro de 2022, foram notificados em todo o mundo 300 962 313 casos de doença, incluindo 5 491 588 mortes e mais de 257 659 767 recuperados.

A nível Global o número de casos tem vindo a crescer exponencialmente, em particular na Europa, embora o número de mortes tenha vindo a manter-se estável no mesmo período. Significativamente, o continente americano continua a ser o mais fustigado pela pandemia, em termos absolutos, com o número de infetados a ultrapassar 110 798 968, agora seguido da Europa com 93 307 724 reportados, da Ásia com um total de 85 854 597 infetados e de África também com um aumento para 10 084 369 pessoas. A Oceânia com 929 096 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora nas duas últimas semanas se tenha verificado um incremento considerável no número de casos.

 

covid 19, mapa mundo

 

Independentemente da evolução futura da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente neste inverno atípico permanece em aberto. A nova COVID-19 permanece latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas!

Apesar da vaga de certo otimismo que se instalou um pouco por todo o mundo, proporcionando o início de desconfinamento na maioria dos países, no último outono, decorridos dois anos após a primeira infeção detetada em humanos, ainda persiste incerteza quanto ao evoluir da doença, particularmente agora com nova variante altamente contagiosa. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde, de nossos familiares e semelhantes. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Novo Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais, como sucedeu no seu início entre as populações de martas nos Países Baixos, Dinamarca e Espanha, em julho de 2020.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números sejam alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 07 de janeiro de 2022, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave.

Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça (variante Delta), Nariz entupido (variante Delta).

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

– Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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