A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) foi atualizada e as notícias não são boas: 26 197 é o número de espécies que em todo o mundo correm perigo de extinção.

De acordo com a UICN, o aumento do número deve-se, também, a uma atualização da lista com novas espécies, para um total de 93 577 espécies existentes em todo o mundo – o que revela a necessidade de medidas urgentes para a conservação das espécie ameaçadas.

O grande alerta vai para a Austrália que tem sete por cento dos seus répteis ameaçados. Em Portugal, uma das regiões mais afetadas são os Açores. Dos cerca de 100 insetos avaliados na região, 74 por cento estão ameaçados de extinção devido a espécies invasoras ou à degradação do habitat natural.

De referir ainda que todas as 12 espécies de escaravelhos do género Tarphius analisadas foram classificadas como ameaçadas, sobretudo o Tarphius relictos, um escaravelho endémico da Ilha Terceira que está agora limitado a uma distribuição de menos de um hectare.

Para sobreviver, estes escaravelhos dependem de madeira em decomposição ou de cobertura de musgos, mas a planta da espécie Hedychium gardnerianum, dos Himalaias, está lentamente a substituir espécies nativas do arquipélago.

Entre nós, porém, nem tudo é negativo. Na região autónoma da Madeira, o molusco Geomitra grabhami, uma espécie endémica do arquipélago, anteriormente classificada como criticamente em perigo (possivelmente extinta), passou agora a estar classificada apenas como criticamente em perigo.

Segundo Craig Hilton-Taylor, da UICN, estas descobertas reforçam a teoria de que se está a entrar num período em que as extinções estão a ocorrer a um ritmo muito mais elevado do que o padrão natural. O Homem está, desta forma, a colocar em risco os sistemas de suporte de vida do planeta e o futuro da própria espécie.