A falta de sono pode afetar o organismo de várias formas. Por exemplo, dormir pouco compromete as defesas do corpo. Durante o sono, o organismo produz citocinas, substâncias protetoras que ajudam a combater infeções e, ao mesmo tempo, contribuem para um descanso reparador.
Ao dormir menos do que deveria, reduz a capacidade de resposta do corpo, ficando mais vulnerável a vírus e bactérias e demorando mais tempo a recuperar quando fica doente.

Outra consequência de dormir pouco é o aumento da ansiedade. Aliás, o sono e a ansiedade estão intimamente ligados. A falta de descanso pode aumentar a ansiedade, e a ansiedade, por sua vez, dificulta o adormecer. É um círculo vicioso. O cérebro entra em modo “lutar ou fugir”, focado em cenários de risco, o que impede o relaxamento necessário para adormecer.

No caso das mulheres, a privação de sono pode desregular o ciclo menstrual. O nível das hormonas da tiroide aumenta quando não se dorme o suficiente, e nas mulheres jovens e saudáveis isso pode levar a irregularidades menstruais ou mesmo à ausência de ovulação.

As consequências das noites mal dormidas manifestam-se ainda no peso. Dormir pouco mexe com as hormonas ligadas ao apetite, estimulando a compulsão alimentar. A privação de sono a longo prazo aumenta o apetite, a vontade de comer em excesso e, consequentemente, o aumento de peso.

Os efeitos da privação de sono também se fazem sentir no trabalho. Um estudo norte-americano mostrou que quem dorme, em média, cinco horas por noite perde 2,22 dias de trabalho por ano, contra 1,48 dias de quem consegue oito horas de descanso.
A longo prazo, as consequências podem ser ainda mais sérias: menos atenção, concentração, memória, raciocínio, capacidade de aprendizagem e processamento de informação. Quanto menos horas se dormir, mais estes défices serão marcados.

Sabia que também existe uma correlação entre o número de horas de sono e o risco de vir a desenvolver hipertensão arterial? Se dormir menos de seis horas o risco de ter hipertensão arterial triplica, se dormir menos de cinco horas o risco é 5 vezes superior. Dormir menos de cinco horas por noite duplica igualmente o risco de doença de Alzheimer, de morrer de doença coronária (angina de peito ou enfarte agudo do miocárdio) e aumenta em 18% o risco de ter um acidente vascular cerebral (AVC).

Os custos de um sono insuficiente na saúde são muito altos. Assim, procure ajuda para dormir melhor!