Especialistas alertam para perigo do aquecedor de casa de banho
Entrar numa casa de banho gelada em pleno inverno e ligar um aquecedor parece a coisa mais lógica do mundo. Fazemo-lo para tomar banho confortavelmente, manter as crianças quentes ou secar as toalhas. No entanto, a divisão mais pequena da casa, com maior humidade e tomadas elétricas, também é um dos locais mais perigosos para utilizar estes aparelhos.

Os especialistas em eletricidade, segurança e saúde alertam que os aquecedores de casa de banho podem ser seguros, mas apenas se for o modelo correto e utilizado com cuidado. Caso contrário, representam um risco real.
A combinação de eletricidade e humidade é extremamente perigosa. A água é uma excelente condutora de eletricidade, pelo que, é preciso ter muito cuidado na utilização destes equipamentos. Não se devem utilizar calefactores em casas de banho ou zonas húmidas que não possuam proteção específica contra a água, ou seja, com classificação IP-24 – aparelhos concebidos para resistir a salpicos de água de qualquer direção.
Deve existir pelo menos um metro de distância entre o aquecedor e a banheira ou o chuveiro. Um cabo danificado ou um salpico podem ter consequências graves. E nunca, mas mesmo nunca, deve tentar operá-lo a partir de dentro do duche ou da banheira com os pés ou o corpo molhados. Ligue, desligue ou ajuste sempre o termóstato quando estiver seco.
Além destes, há mais aspetos a ter em conta. Por exemplo, nunca se deve deixar uma toalha em cima do aquecedor. Cobrir o aquecedor promove o sobreaquecimento e pode incendiar o tecido.
Também não se devem utilizar aquecedores que utilizem sistemas de combustão como a parafina, o gás ou a madeira devido aos gases tóxicos e ao risco de intoxicação por monóxido de carbono.
O aquecedor deve estar ligado a uma tomada elétrica fixa. Muitas vezes o problema tem origem nas extensões: sobreaquecem, deterioram-se e acabam por provocar incêndios. Deve estar colocado na parede, o mais próximo possível do teto, para minimizar o contacto com pessoas molhadas e evitar salpicos.
O aquecedor não deve ser deixado sem vigilância nem ligado toda a noite. Muitos incêndios ocorrem enquanto as pessoas estão a dormir ou não estão em casa. Se for utilizado para aquecer a casa de banho, desligue-o quando terminar.
Apesar de toda esta humidade, também pode acontecer o oposto: ar excessivamente seco, pois os sistemas de aquecimento podem secar o ar. Os especialistas realçam que se deve manter a temperatura abaixo dos 20°C e um nível de humidade entre os 40% e os 60%. As casas de banho, por serem húmidas, não parecem ser um problema, no entanto, geralmente são divisões pequenas e podem ficar secas.
A secura afeta as mucosas do trato respiratório e pode contribuir para a asma. Estas mucosas (a pele do nariz, da boca e da garganta) são a primeira linha de defesa contra vírus e bactérias. Se ficarem demasiado secas, produzem menos muco, facilitando a adesão dos microrganismos e o aparecimento de infeções.
Nas casas de banho pequenas, onde ligamos o aquecedor no máximo e tendemos a manter a porta e a janela fechadas, o problema agrava-se: ar demasiado quente e mudanças bruscas de temperatura ao sair – a combinação perfeita para a irritação respiratória.
Assim, após o banho, não se esqueça de ventilar bem o ambiente de imediato. Um ambiente quente com humidade acima dos 60% é ideal para a proliferação de fungos, mofo e outros microrganismos.