DIABETES

Proteínas no sangue estão ligadas ao desenvolvimento de DT2

Um novo estudo da Universidade de Tecnologia de Chalmers permitiu identificar cerca de 100 proteínas associadas a um risco aumentado de diabetes tipo 2 (DT2), algumas das quais podem vir a ser alvos potenciais para intervenções preventivas ou desenvolvimento de medicamentos.

Proteínas no sangue estão ligadas ao desenvolvimento de DT2


A diabetes é considerada uma das principais doenças de saúde pública. Trata-se de uma doença crónica que pode levar a complicações graves, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, cegueira e insuficiência renal. O seu desenvolvimento depende tanto de fatores genéticos quanto do estilo de vida, incluindo a dieta.

São muitos os benefícios, para os indivíduos e para a sociedade, em atuar preventivamente contra a DT2, especialmente porque o número de jovens diagnosticados tem vindo a aumentar. Alterações na dieta e no estilo de vida podem reduzir significativamente o risco de desenvolver esta doença e ajudar a prevenir a progressão da pré-diabetes para a diabetes.

Estudos realizados anteriormente mostraram que certas proteínas podem estar ligadas ao risco de desenvolver DT2. Neste estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, os investigadores também se concentraram na causalidade, ou seja, nas relações causais entre a presença de proteínas específicas e o desenvolvimento da doença.

Os especialistas estavam particularmente interessados em descobrir proteínas que estivessem diretamente envolvidas no desenvolvimento da doença, uma vez que essas proteínas podem servir como alvos potenciais para o futuro desenvolvimento de medicamentos ou estratégias preventivas, como a nutrição personalizada.

No estudo, a equipa analisou cerca de 270 proteínas envolvidas em diversos processos biológicos relevantes para a DT2, como inflamação e sensibilidade à insulina. Foram analisadas amostras de sangue de duas grandes coortes suecas, ou seja, de indivíduos que deram amostras e dados no início da investigação e que foram acompanhados ao longo do tempo através de registos nacionais.

Dos aproximadamente 9.200 participantes, 486 desenvolveram DT2 durante um período de acompanhamento com uma duração média de 5,5 anos. Os especialistas identificaram 112 proteínas associadas a um risco aumentado da doença, independentemente da idade, sexo ou fatores de estilo de vida.

Para explorar possíveis estratégias de prevenção alimentar, a equipa também investigou como essas proteínas estavam associadas a padrões alimentares comuns. Segundo Rikard Landberg, líder do projeto, descobriram-se padrões alimentares entre os participantes que estavam ligados a essas proteínas específicas, o que é animador. Ainda não se estabeleceu uma relação de causalidade, mas isso indica como a dieta as pode influenciar.

O próximo passo poderia envolver estudos de intervenção para analisar como certos padrões alimentares específicos, como dietas ricas em grãos integrais ou vegetais, afetam as concentrações dessas proteínas no sangue e se essas alterações nos níveis de proteína poderiam, por sua vez, influenciar o risco de doenças.

Fonte: Tupam Editores

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