ASMA

Descoberto novo alvo terapêutico potencial para a asma

Uma nova maneira de tratar os sintomas da asma e até mesmo de reparar danos pulmonares anteriormente irreversíveis pode estar no horizonte após a descoberta de um novo alvo terapêutico potencial por cientistas das Universidades de Aberdeen e de Manchester.

Descoberto novo alvo terapêutico potencial para a asma


Os tratamentos atuais para a asma envolvem, maioritariamente, o controle da inflamação do tecido pulmonar com o uso de inaladores de esteroides, no entanto, continuam a morrer muitas pessoas diariamente devido a complicações relacionadas à doença.

No estudo, publicado na Science Immunology, os especialistas investigaram a formação de cicatrizes no tecido pulmonar como resultado da asma e conseguiram reverter essas alterações em modelos animais.

Embora ainda esteja nos estágios iniciais de desenvolvimento, esta descoberta abre caminho para uma nova forma de tratar não apenas a asma, mas muitas doenças diferentes nas quais ocorrem alterações estruturais semelhantes nos tecidos. Essas doenças incluem condições como a DPOC, doença cardíaca crónica e cirrose hepática e são responsáveis por aproximadamente 40% das mortes em todo o mundo.

A asma grave pode ter um impacto extremamente prejudicial na qualidade de vida de um indivíduo. Mesmo quando tratada, a doença pode ser fatal – apesar da disponibilidade de novos tratamentos que visam reduzir a inflamação nos pulmões.
Mas, além da inflamação, a asma também resulta no que antes se considerava alterações estruturais pulmonares irreversíveis. Essas alterações incluem tornar os pulmões mais rígidos e com mais cicatrizes devido ao aumento de substâncias como o “colagénio da matriz extracelular”.

Ao utilizar modelos animais que partilham características da asma grave em humanos, os investigadores descobriram que a prevenção da inflamação por si só não é suficiente para reverter essa formação de cicatrizes nos tecidos. Em vez disso, descobriram que o bloqueio da ação de moléculas proteicas específicas fortemente associadas à inflamação e ao dano tecidual reverteu consideravelmente a formação de cicatrizes nos pulmões.

Segundo a Dra. Tara Sutherland, que liderou a investigação na Universidade de Aberdeen, os medicamentos que inibem a inflamação na asma são cruciais para o controle da doença. No entanto, esses medicamentos podem nem sempre ser suficientes para prevenir e reverter os danos pulmonares presentes na asma grave.

Os resultados mostram que também é necessário considerar que as alterações estruturais pulmonares ocorrem na asma grave e que essas alterações podem ocorrer independentemente das vias inflamatórias.
Compreender melhor essas mudanças estruturais e as suas consequências para a saúde pulmonar pode levar ao desenvolvimento de novas terapias que beneficiem as pessoas, particularmente aquelas com asma grave, e que possam ser usadas em conjunto com medicamentos que interrompem a inflamação.

Apesar de este ser o primeiro passo de um longo processo, o estudo sugere outros caminhos para novos tratamentos que podem ter o potencial de prevenir a progressão da doença e até mesmo de reverter a formação de cicatrizes teciduais na asma e em muitas outras doenças.

Fonte: Tupam Editores

ÚLTIMAS NOTÍCIAS