DIAGNÓSTICO

Novo método pode detetar tuberculose infecciosa no ar

Uma equipa de especialistas do Instituto Karolinska, em colaboração com colegas da África do Sul, realizou um estudo para investigar se a tuberculose pode ser rastreada no ar exalado. Os resultados revelaram que um novo método pode ajudar a identificar pessoas com tuberculose infecciosa logo nos cuidados primários.

Novo método pode detetar tuberculose infecciosa no ar


A tuberculose é uma doença transmitida pelo ar, frequentemente diagnosticada pela análise do escarro – muco expelido pelos pulmões com a tosse. No entanto, nem todos os pacientes conseguem produzir escarro, o que dificulta a deteção da doença.

No novo estudo, publicado no Open Forum Infectious Diseases, os especialistas testaram se o ADN da bactéria da tuberculose poderia ser detetado no ar exalado, conhecido por aerossóis, em pessoas que consultavam um médico devido a sintomas respiratórios.

A investigação foi realizada em clínicas de cuidados primários na África do Sul e incluiu 137 participantes adultos com tuberculose. A equipa utilizou um dispositivo novo denominado TB Hotspot detectOR (THOR), que recolhe aerossóis através de amostragem eletrostática. As amostras foram analisadas utilizando a mesma técnica que se usa para o escarro, o Xpert MTB/RIF Ultra.

Os resultados permitiram concluir que o método conseguiu detetar o ADN da tuberculose no ar expirado em 47% daqueles que apresentaram resultado positivo no teste do escarro. Entre aqueles com níveis altos de bactérias no escarro, a sensibilidade foi ligeiramente maior (57%). Já a especificidade – a capacidade de identificar corretamente os indivíduos sem a doença – foi de 77%.

Verificou-se ainda que certos fatores aumentaram a probabilidade de deteção de ADN da tuberculose nos aerossóis. Isto foi particularmente verdadeiro em homens com níveis altos de bactérias no escarro. Por outro lado, as pessoas com febre apresentaram uma probabilidade ligeiramente menor de ter resultado positivo nas amostras de ar.

De acordo com Jay Achar, do Instituto Karolinska, este é um primeiro passo para entender como a tuberculose é transmitida e como se podem identificar indivíduos infetados precocemente.

Importa referir ainda que o ADN da bactéria da tuberculose foi encontrado em 30% das amostras ambientais recolhidas no ambiente clínico, apesar da limpeza completa. Isso sugere que o método é sensível, mas também destaca os riscos potenciais de transmissão em ambientes de assistência à saúde.

Fonte: Tupam Editores

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