ENVELHECIMENTO

Após os 60 anos a musculação deve fazer parte dos exercícios

Caminhar é considerado um dos melhores exercícios do mundo. Primeiro, porque é de intensidade moderada (importa lembrar que exercícios muito intensos envelhecem porque geram radicais livres) e depois porque é um exercício que todos podem fazer, mesmo os idosos ou muito idosos.

Após os 60 anos a musculação deve fazer parte dos exercícios


No entanto, ainda que caminhar tenha muitos benefícios há cada vez mais evidências científicas de que apenas caminhar não é exercício suficiente à medida que se envelhece.

Muito se fala sobre os benefícios do levantamento de peso ou de qualquer outro tipo de treino de força para a construção muscular. Os jovens são os mais adeptos deste tipo de modalidade mas é especialmente recomendado para as mulheres que estão a entrar na menopausa para conter a tendência de aumento de peso.

Quanto à necessidade de fazer treino de força aos 60, 70 ou 80 anos pouco se fala. E deveria ser uma recomendação médica, porque ter pouca massa muscular é um indicador de envelhecimento, e mantê-la é sinónimo de juventude.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Michigan demonstrou a ligação entre fraqueza muscular e uma aceleração da idade biológica de uma pessoa. Os especialistas estudaram a relação entre a idade biológica e força de preensão – um indicador da capacidade geral de força –, em 1.274 adultos, analisando alterações no ADN.

A força de preensão é a nossa capacidade de segurar, apertar, agarrar ou apoiar um objeto com as mãos. É um indicador da saúde muscular geral, pois envolve não apenas as mãos, mas também os braços.

Os resultados do estudo revelaram que homens e mulheres com menor força de preensão apresentaram idade biológica acelerada nos relógios de metilação do ADN, ou seja, envelheceram mais cedo.

Já se sabia que a força muscular prediz a longevidade e que a fraqueza é um poderoso indicador de doenças e mortalidade, mas, pela primeira vez, descobriram-se fortes evidências de uma ligação biológica entre a fraqueza muscular e a aceleração real do envelhecimento biológico.

O mecanismo que explica a conexão entre fraqueza muscular e envelhecimento precoce não está totalmente compreendido, mas acredita-se que esteja relacionado à inflamação. A inflamação crónica promove doenças crónicas que aumentam o risco de mortalidade e também está associada à diminuição da força de preensão.

Se se mantiver a força muscular ao longo da vida, está-se mais protegido contra muitas doenças comuns relacionadas à idade, e o treino de força é fundamental para aumentar e manter a massa muscular. No entanto, 45% das pessoas com mais de 60 anos e 75% das pessoas com mais de 70 anos não cumprem as recomendações mínimas de atividade física da OMS.

De acordo com a OMS, pessoas com mais de 65 anos devem praticar pelo menos 150 minutos por semana de atividades de intensidade moderada (por exemplo, caminhada rápida 30 minutos por dia, 5 dias por semana) ou 75 minutos por semana de atividades de intensidade vigorosa, como corrida leve. O treino de força também está entre as recomendações, pelo menos dois dias por semana para fortalecer os músculos – o ideal seria ir aumentando este treino para três dias.

De acordo com o Dr. Mark Peterson, autor sénior do estudo, os médicos deveriam adotar o uso da força de preensão como forma de avaliar o risco futuro de declínio funcional, doenças crónicas e até de mortalidade precoce das pessoas.

Fonte: Tupam Editores

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