Apesar de ser rica em açúcar, a manga reduz o risco de diabetes
A manga, geralmente descartada por ser muito rica em açúcar, pode ter benefícios ocultos para as pessoas em risco de desenvolver diabetes. Um estudo da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, descobriu que as pessoas que comiam manga diariamente tinham melhor controle do açúcar no sangue e menos gordura corporal do que aquelas que optavam por um lanche com menos açúcar.

As frutas tropicais contêm entre 10 e 50 gramas de açúcar, e as mangas encontram-se no limite superior do espectro, o que as torna uma péssima opção de lanche, se se considerar apenas esse fator. Mas uma investigação realizada pela professora Raedeh Basiri descobriu que as mangas, apesar de conterem mais açúcar do que muitos lanches com baixo teor de açúcar, podem oferecer fatores de proteção aos adultos com pré-diabetes.
Os açúcares naturalmente presentes nesta e noutras frutas são complementados por fibras e outras vitaminas e nutrientes que oferecem benefícios adicionais à saúde. Já os alimentos com adição de açúcar, como os cereais matinais e até mesmo opções de lanches com baixo teor de açúcar, podem não ter o mesmo valor nutricional e até podem aumentar o risco de diabetes.
Assim, os indivíduos com risco elevado de diabetes não devem concentrar-se apenas no teor de açúcar dos alimentos, mas também na forma como os açúcares são fornecidos.
Durante o estudo, publicado na Foods, a equipa de especialistas dividiu os participantes em dois grupos: um grupo recebeu uma manga fresca diariamente, enquanto o outro grupo recebeu uma barra de granola com baixo teor de açúcar todos os dias. Ao longo de seis meses, a equipa mediu os níveis de glicose no sangue, as respostas corporais à insulina e a gordura corporal dos participantes.
Os resultados revelaram que a manga com alto teor de açúcar (32 gramas de açúcar) era mais benéfica para os indivíduos do que a barra de granola com baixo teor de açúcar (11 gramas de açúcar). O grupo que consumiu a manga diariamente apresentou melhor controle da glicemia, maior sensibilidade à insulina e redução da gordura corporal.
As descobertas sugerem que não são apenas os níveis de açúcar que importam, mas o contexto alimentar geral. Ou seja, é mais do que o açúcar no alimento, é o alimento como um todo.