Vegetais crucíferos ajudam a regular níveis de açúcar no sangue
Um novo estudo da Universidade Edith Cowan (ECU) encontrou evidências de que os vegetais crucíferos, como os brócolos e a couve, podem auxiliar no controle dos níveis de açúcar no sangue, principalmente em pessoas em risco de diabetes tipo 2 (DT2) e de doenças cardiovasculares.

A investigação, publicada na revista Diabetes, Obesity and Metabolism, tinha como objetivo descobrir se o consumo deste tipo de vegetais melhorava o controlo glicémico (controle do açúcar no sangue) em comparação com vegetais de raiz e abóbora em adultos não diabéticos com pressão arterial elevada.
Num ensaio clínico randomizado, controlado e cruzado, os participantes consumiram quatro porções diárias de vegetais crucíferos (brócolos, repolho, couve-flor, couve) ou vegetais de raiz e abóbora (cenoura, batata, abóbora, batata-doce) ao almoço e ao jantar, durante duas semanas.
Todos os participantes usaram monitores de glicose durante o estudo, para que fosse possível medir os níveis de açúcar no sangue continuamente ao longo de cada período de duas semanas.
Os investigadores descobriram que, quando os participantes consumiram vegetais crucíferos apresentaram níveis de açúcar no sangue menos variáveis em comparação com aqueles que consumiram vegetais de raiz e abóbora. Constatou-se ainda que esses participantes apresentaram um pico menor nos níveis de açúcar após as refeições.
Um dos objetivos centrais do controle do açúcar no sangue, especialmente em pessoas com diabetes, é suavizar os picos e reduzir a variabilidade dos níveis de açúcar no sangue ao longo do dia. A estabilidade do nível de açúcar no sangue, com picos mínimos e menos flutuações, está associada a uma melhor saúde e bem-estar geral.
De acordo com Emma Connolly, uma das investigadoras envolvidas, são essenciais mais estudos para compreender completamente os mecanismos subjacentes que impulsionam estas descobertas, assim como para explorar as implicações clínicas mais amplas.
A investigação contínua é crucial para determinar como esses vegetais podem ser eficazmente incorporados às recomendações dietéticas para melhorar a regulação do açúcar no sangue e a gestão geral da saúde.
Estima-se que o controle glicémico inadequado ocorra em 541 milhões de indivíduos em todo o mundo. Segundo a especialista, o controle desregulado da glicose aumenta o risco de DT2 e de doença cardiovascular subsequente, para além de ter um impacto social substancial.