Anticorpo experimental pode reduzir fibrose na DRC
A doença renal crónica (DRC) é um problema de saúde crescente. A condição envolve um declínio gradual da função renal, podendo levar à necessidade de diálise ou de um transplante.

Um novo estudo que envolveu o Instituto Karolinska, a Universidade de Uppsala e a Universidade Northwestern mostrou que um anticorpo experimental, denominado ABTAA, pode proteger os vasos sanguíneos dos rins e reduzir a formação de cicatrizes prejudiciais, ou seja, a fibrose.
No estudo, publicado no Journal of Clinical Investigation, os investigadores examinaram como a ativação de um receptor na superfície dos vasos sanguíneos, chamado TIE2, influencia a progressão da doença. Utilizando o anticorpo ABTAA, conseguiram estimular o TIE2 e, dessa forma, proteger os vasos sanguíneos do rim. O anticorpo atua ligando-se a uma proteína que normalmente inibe o TIE2, convertendo-o num ativador.
De acordo com Marie Jeansson, uma das especialistas responsáveis pelo estudo, ao proteger os vasos, também se conseguiu preservar o microambiente renal e bloquear as vias de sinalização que impulsionam a fibrose.
Os resultados tiveram por base modelos pré-clínicos e mostram que o ABTAA não só reduz os danos aos vasos sanguíneos, mas também afeta outras partes do rim. Uma descoberta importante é que os vasos sanguíneos danificados não se transformam diretamente noutros tipos de células, como se supunha anteriormente. Em vez disso, outro tipo de célula no rim é influenciado a secretar substâncias que promovem a fibrose. Ao ativar o TIE2, a equipa conseguiu reduzir essa sinalização.
As descobertas sugerem que a ativação do TIE2 com o ABTAA pode ser desenvolvida como uma nova estratégia de tratamento para a DRC. Nesta área as opções de tratamento ainda são muito limitadas e o progresso pode, eventualmente, ter um grande impacto para os pacientes.
O estudo fornece novas perceções sobre como a fibrose se desenvolve no rim e destaca o papel dos vasos sanguíneos como um potencial novo alvo para o tratamento. O próximo passo será investigar se estes resultados podem ser traduzidos para os humanos.