A escolha errada da música para o treino influencia o desempenho
Os estudos mostram que o ritmo ativa áreas do cérebro que regulam o movimento e a motivação, gerando mais resistência e reduzindo a fadiga, enquanto músicas pouco atraentes diminuem a capacidade aeróbica. De acordo com o Personal Trainer Jay Cardiello, a escolha errada da música para um treino pode afetar o desempenho da pessoa.

A verdade é que nem todas as músicas têm o mesmo efeito no corpo, e escolher a música errada pode diminuir a capacidade do indivíduo em vez de a aumentar. Os estudos demonstram que ouvir músicas de que a pessoa não gosta reduz significativamente a dilatação dos vasos sanguíneos, ao passo que músicas estimulantes têm o efeito oposto e permitem um desempenho muito melhor.
A estimulação musical não se limita ao acompanhamento, pois ativa simultaneamente áreas do cérebro que regulam o humor e o movimento. Quando o som é estimulante, a resposta traduz-se em mais resistência e menos fadiga.
Segundo Cardiello, os vasos sanguíneos de quem se exercitou e ouviu música da qual não gostava contraíram-se apenas 6% em apenas 30 minutos. Essa reação afeta o fluxo sanguíneo e limita a capacidade aeróbica em mais de 10%, o que representa uma clara diminuição no desempenho.
O efeito oposto ocorre quando a música agrada ao indivíduo e acompanha o ritmo do exercício. Nesse contexto, os vasos sanguíneos dilatam-se em até 26%, o que melhora o desempenho em cerca de 34%. Basta analisar as playlists das aulas de spinning ou de HIIT para perceber a importância de escolher uma boa música.
Essa diferença revela que a motivação não é um conceito abstrato, mas sim uma reação fisiológica que influencia diretamente a forma como o corpo responde durante a atividade física. A consequência mais imediata é que a escolha das músicas, por si, determina tanto o humor quanto o resultado da sessão.
Além disso, a libertação de dopamina explica parte da sensação de euforia que ocorre durante o exercício. Essa substância química está associada ao prazer e ao reforço de comportamentos que geram satisfação, portanto, ouvir uma música estimulante proporciona um impulso extra de energia.
Na prática, essa libertação é percetível quando a pessoa mantém o esforço durante mais tempo sem a perceção de exaustão, o que é importante para melhorar a resistência e a consistência. A reação traduz-se em mais repetições e sessões mais longas, sem a pessoa perceber que se está a esforçar mais do que o normal. A consequência é um progresso visível em força e resistência a médio prazo.
Assim, a música atua como um reforço psicológico e fisiológico ao mesmo tempo. Ela não acompanha apenas, também determina o esforço real alcançado em cada sessão. Isto significa que preparar uma playlist pessoal e mantê-la atualizada com músicas que sejam estimulantes é uma ferramenta simples para treinar com mais eficácia.