A quinoa é um pseudocereal, o que significa que não pertence à família das gramíneas, mas partilha inúmeras características e propriedades dos cereais como trigo, aveia, arroz e milho, podendo ser usada da mesma forma.

O estudo demonstrou que esta semente não só previne desequilíbrios metabólicos, mas também tem a capacidade de reprogramar o sistema imunológico para proteger o fígado e neutralizar a disfunção hepática.
De acordo com o Dr. Moisés Laparra, um dos investigadores principais, a quinoa é um exemplo claro de como os alimentos funcionais podem ser ferramentas imunonutricionais.

O estudo concentrou-se em dois componentes específicos da quinoa: uma fração proteica de baixo peso molecular (LMWP) e um extrato lipídico (qLF). Estes compostos, de acordo com a investigação, são responsáveis pelos seus efeitos imunonutricionais. A sua ação previne desequilíbrios induzidos por uma dieta rica em gordura, o que é crucial na prevenção de doenças como a esteatose hepática, ou fígado gordo.

A imunonutrição está a transformar a forma como se entende a influência da dieta na prevenção de doenças. Os ingredientes bioativos da quinoa demonstraram uma capacidade única de modular as funções hepática e imunológica – algo impensável há apenas alguns anos. Na verdade, esta investigação identificou que os componentes da quinoa promovem o aumento de macrófagos hepáticos, agentes essenciais na regulação do armazenamento de energia e do acúmulo de gordura.

Para os especialistas, a forma de aproveitar esses benefícios é incluir a farinha de quinoa na preparação de alimentos comuns, como o pão. No entanto, os dados do estudo indicam que os benefícios mais notáveis são provenientes de frações proteicas específicas. Isso reforça a necessidade de desenvolver alimentos funcionais mais direcionados para maximizar os benefícios da semente.

O estudo reforça, acima de tudo, o conceito de nutrição de precisão, onde não é apenas o que se come que é importante, mas também como certos compostos interagem com a nossa fisiologia para prevenir doenças como a esteatose hepática, que afeta grande parte da população mundial.