Durante a investigação, os especialistas testaram várias doses de LSD em quase 200 pacientes com ansiedade moderada a grave. Em quatro semanas, os pacientes que receberam as duas doses mais altas apresentaram valores de ansiedade significativamente mais baixas em comparação com aqueles que receberam doses menores ou um placebo.

No período de 12 semanas, os efeitos ainda eram fortes: 65% dos pacientes que tomaram a dose mais eficaz (100 microgramas) continuaram a apresentar melhoras e quase metade foi considerada em remissão. Os efeitos colaterais comuns incluíram alucinações, náuseas e dores de cabeça.

De acordo com o Dr. Maurizio Fava, do Mass General Brigham Hospital, em Boston, é possível que algumas pessoas necessitem de um novo tratamento. Ainda não se sabe de quantos tratamentos ao certo, mas o efeito duradouro é bastante significativo.

Ao contrário de muitos estudos com psicadélicos, que combinam tratamento com horas de psicoterapia, este estudo testou o LSD exclusivamente sob supervisão profissional. Para os investigadores, esta abordagem ajuda a compreender se a droga em si proporciona o benefício.

Importa referir, contudo, que o estudo teve algumas limitações. A maioria dos pacientes sabia se havia tomado LSD ou um placebo – o que prejudica o “cegamento” considerado fundamental para estabelecer objetivamente os benefícios do tratamento.
Também houve muitos participantes que desistiram precocemente do tratamento, reduzindo o conjunto final de dados.

O interesse pelos psicadélicos aumentou nos últimos anos, e os estudo têm vindo a explorar potenciais tratamentos para a depressão, ansiedade e Perturbação de Stress Pós-Traumático. A FDA concedeu o estatuto de “terapia inovadora” a vários compostos psicadélicos, incluindo a psilocibina, MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina) e agora ao LSD.