DEPRESSÃO

Vitiligo associado a maior risco de depressão em alguns pacientes

Um estudo levado a cabo por investigadores da Escola de Medicina David Geffen da UCLA permitiu concluir que o vitiligo está associado a um risco aumentado de depressão, especialmente entre pacientes negros e hispânicos.

Vitiligo associado a maior risco de depressão em alguns pacientes


O vitiligo é uma doença de pele autoimune crónica caracterizada pela perda progressiva de melanócitos e pelo aparecimento de manchas despigmentadas na pele, que afeta aproximadamente 1% da população global. Além das suas manifestações cutâneas, os estudos destacaram o profundo impacto psicossocial da doença, incluindo diminuição da autoestima, estigmatização social e um risco geral aumentado de depressão.

Os especialistas conduziram um estudo transversal retrospetivo para avaliar o risco diferencial de depressão entre grupos raciais e étnicos, a fim de subsidiar um tratamento dermatológico mais personalizado.

Informações de prontuários eletrónicos de saúde do Programa All of Us do NIH (2018-2024) incluíram 254.700 indivíduos com dados analisáveis, com pacientes com vitiligo (n = 1.087) pareados 1:5 com pacientes controle sem vitiligo (n = 5.435) por idade, sexo, raça/etnia, escolaridade, rendimento e plano de saúde. As razões de chances ajustadas (aOR) foram calculadas através de regressão logística multivariável.

O vitiligo foi associado a um risco geral aumentado de depressão em comparação com pacientes sem vitiligo. Os pacientes negros com vitiligo apresentaram risco mais que o dobro de depressão em comparação com os pacientes negros sem vitiligo. Já os pacientes hispânicos com vitiligo apresentaram um risco significativamente elevado em comparação com os pacientes hispânicos sem vitiligo.

Os pacientes não hispânicos com vitiligo demonstraram risco elevado em relação aos pacientes não hispânicos sem vitiligo. Os pacientes brancos com vitiligo apresentaram associação não significativa. O mesmo aconteceu com os pacientes asiáticos com vitiligo, que também apresentaram um risco não significativo e menor.

O estudo revela uma variação significativa no fardo de saúde mental do vitiligo entre grupos raciais e étnicos, com os pacientes negros e hispânicos a apresentar um risco significativamente elevado de depressão, potencialmente sendo reflexo da maior visibilidade da lesão, estigma cultural e diferenças no acesso aos serviços de saúde mental e dermatológicos.

A equipa propõe a realização de outros estudos para investigar a localização do vitiligo, idade de início e efeitos de tratamentos como fototerapia e do ruxolitinibe na depressão, e consideram que a integração de modelos de atendimento conjunto em dermatologia e psiquiatria pode ajudar a abordar as diferenças.

Fonte: Tupam Editores

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