NEFROLOGIA

Exposição a trihalometanos associada a doença renal crónica

A doença renal crónica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Em todo o mundo, a prevalência da DRC está a aumentar rapidamente, superando a de outras doenças crónicas importantes, incluindo a diabetes e as doenças cardiovasculares. As evidências sugerem cada vez mais que exposições ambientais, incluindo a contaminantes da água, contribuem de forma modificável para o desenvolvimento da doença.

Exposição a trihalometanos associada a doença renal crónica


De acordo com um estudo publicado recentemente no JAMA Network Open, a exposição a trihalometanos (THMs) – especialmente a trihalometanos bromados –, em sistemas de abastecimento de águas residenciais comunitárias está associada a um risco aumentado de DRC. Os Trihalometanos são compostos que se formam durante o processo de tratamento das águas destinadas ao consumo humano, sendo sub-produtos da desinfeção.

Uma equipa de investigadores da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade Columbia, em Nova Iorque, conduziu um estudo de coorte prospectivo para examinar a exposição prolongada a THMs nos sistemas de abastecimento de águas residenciais comunitários e a sua associação com o risco de desenvolver DRC.

Para o efeito foram utilizados dados do California Teachers Study, que incluiu professoras e administradoras matriculadas entre 1995 e 1996, e dados vinculados a registos de mortalidade e de saúde. A amostra do estudo incluiu 89.320 participantes do sexo feminino com 6.242 casos de DRC.

Os resultados permitiram observar uma clara associação exposição-resposta entre THMs e o risco de DRC em modelos baseados em splines flexíveis, tendo-se observado o maior risco para os trihalometanos bromados.
O risco de DRC foi maior para a exposição a longo prazo a uma concentração média de trihalometanos bromados de 30,0 μg/L ou mais, em comparação com menos de 0,7 μg/L.

Para trihalometanos bromados nas duas categorias de exposição mais altas, as razões de risco para risco de DRC foram de 1,23 e 1,43, respetivamente. O maior contribuinte para a associação da mistura geral com o risco de DRC foram os trihalometanos bromados, seguidos por urânio, arsénio e clorofórmio (52,9%, 35,4%, 6,2% e 5,5%, respetivamente).

Segundo os especialistas, as descobertas são apoiadas por evidências experimentais substanciais e têm implicações importantes para a saúde pública.

Fonte: Tupam Editores

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