DERMATOLOGIA

Eczema: exposição precoce a cães diminui suscetibilidade genética

Ter um cão em casa pode ajudar a prevenir o eczema em crianças geneticamente propensas para a doença, sugere um estudo liderado por uma equipa internacional de cientistas das Universidades de Edimburgo e Bristol, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e da Helmholtz de Munique.

Eczema: exposição precoce a cães diminui suscetibilidade genética


A investigação, publicada no jornal Allergy, indica que certas exposições ambientais podem afetar o risco de uma criança desenvolver eczema atópico, uma condição caracterizada por pele seca, com comichão e inflamação. Ou seja, embora algumas pessoas possam ser geneticamente predispostas para o eczema, determinados fatores ambientais podem aumentar ou diminuir esse risco.

Os especialistas analisaram dados de 16 estudos europeus para testar as interações entre as 24 variantes genéticas mais significativas associadas ao eczema e 18 fatores ambientais no início da vida durante a gravidez da mãe e o primeiro ano de vida da criança. Aplicaram, então, as suas descobertas a 10 estudos adicionais e usaram testes de modelagem laboratorial para avaliar os resultados.

Uma análise inicial, que incluiu 25.339 indivíduos, sugeriu que pode haver uma relação entre sete fatores ambientais – ter um cão, um irmão mais velho, um gato, amamentação, tabagismo, uso de antibióticos e hábitos de higiene – e pelo menos uma variante genética estabelecida para o eczema, com 14 interações no total.

Numa análise adicional, onde foram incluídos 254.532 indivíduos, a exposição a cães interagiu com uma variante de risco genético específica no cromossoma 5, próximo ao gene que codifica o receptor de interleucina-7 (IL-7R) – uma proteína envolvida na função das células imunológicas e na inflamação.

Testes laboratoriais confirmaram que, em células da pele humana com a variante genética, sinais moleculares de um cão que poderiam desencadear alergia, na verdade, atuaram na supressão da inflamação da pele.
Os resultados sugerem que a proteína IL-7R pode ser um alvo potencial para o tratamento ou para prevenção futura de eczema.

O estudo também apontou um efeito semelhante entre crianças pequenas com irmãos mais velhos, no entanto, são necessários mais estudos para confirmar esta ligação. Os cientistas sugerem que a exposição a uma variedade de bactérias em idade precoce, através do contacto com cães e outras crianças, pode estar por trás do efeito protetor.

Fonte: Tupam Editores

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