Prolactina regula a temperatura corporal durante a gravidez
Além de ajudar na produção de leite e estimular o comportamento de cuidado das mães, a prolactina também regula a temperatura corporal durante a gestação, apurou um estudo da Universidade de Otago – Ōtākou Whakaihu Waka, na Nova Zelândia.

A capacidade de regular a temperatura corporal é uma função crítica do sistema nervoso central que é vital para manter a mãe e o bebé saudáveis.
O estudo, publicado na Cell Reports, demonstrou que a prolactina – uma hormona essencial na gravidez –, atua no hipotálamo cerebral para ajudar a regular a temperatura corporal central durante a gestação.
Segundo a Dra. Rosie Brown, autora sénior, o corpo precisa de funcionar de forma diferente para lidar com a gravidez – no início, a temperatura corporal interna aumenta rapidamente, provavelmente devido à elevação dos níveis de progesterona, e depois ocorre um aumento do calor metabólico devido ao crescimento fetal, ao crescimento do tecido materno e à maior ingestão de alimentos.
A mãe precisa de perder esse calor metabólico extra tanto para o seu bem como para o desenvolvimento do seu filho.
Apesar de todas estas pressões térmicas, a verdade é que a temperatura corporal central diminui no fim da gravidez, e agora sabe-se que é a prolactina que ajuda a manter a mãe com uma temperatura fresca.
Esta parece ser uma mudança importante para promover a perda de calor e, em última análise, proporcionar um ambiente seguro para o feto, já que a hipertermia pode afetar o desenvolvimento cerebral.
Para a investigadora, a descoberta ajuda a entender melhor como as mudanças hormonais da gravidez e da lactação agem no cérebro materno para alterar o funcionamento do corpo e promover a sobrevivência e o bem-estar da mãe e dos seus filhos.
Isso ajuda, ainda, a entender o que acontece a um nível celular durante a gravidez, mas compreender as mudanças adaptáveis na temperatura corporal em mamíferos também pode ser crucial para a reprodução animal num mundo que enfrenta mudanças climáticas.
A via da prolactina no cérebro pode ser um mecanismo que ajuda os mamíferos a adaptarem-se a futuros desafios térmicos.