Uma equipa internacional de investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e do Instituto de Medicina Molecular, na Finlândia, descobriu uma ligação genética aos sintomas prolongados após a infeção por Covid-19. A variante genética identificada está localizada próxima ao gene FOXP4, conhecido por afetar a função pulmonar.

As causas biológicas por trás dos sintomas persistentes após a infeção por Covid-19, conhecidos como Covid longa, permanecem obscuras. A definição da Organização Mundial da Saúde inclui quaisquer sintomas que se manifestam tipicamente dentro de três meses após a Covid-19 e persistam durante, pelo menos, dois meses. Os sintomas comuns incluem fadiga, dificuldades cognitivas e problemas respiratórios, dor muscular e torácica e disautonomia, que podem reduzir a qualidade de vida dos doentes.

No estudo, publicado na Nature Genetics, os especialistas analisaram dados genéticos de 6.450 pacientes com Covid-19 longa e 1.093.995 controles populacionais de 24 estudos de 16 países. O trabalho permitiu descobrir uma variante genética que aumenta o risco de Covid-19 longa em cerca de 60%. A associação genética foi confirmada numa análise independente que envolveu mais 9.500 casos de Covid longa.

De acordo com Hugo Zeberg, um dos principais investigadores do estudo, as descobertas sugerem que uma função pulmonar prejudicada desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de Covid longa. Apesar de a variante genética aumentar significativamente o risco, é importante reconhecê-la como apenas uma parte de um quebra-cabeças muito maior.

Estudos genéticos podem adicionar perceções sobre os fatores de risco das doenças e são particularmente poderosos para aquelas cujos mecanismos exatos permanecem desconhecidos.