Residentes em bairros com mais espaços verdes fumam e bebem menos
As pessoas que vivem em bairros com mais espaços verdes fumam e bebem menos, em média, e aquelas que estão regularmente em contacto com a natureza tendem a não fumar, apurou um estudo fruto de uma colaboração internacional liderada pela Universidade de Exeter, no Reino Unido.

A investigação permitiu descobrir que os espaços verdes residenciais estão associados a uma redução significativa de comportamentos de risco para a saúde, como fumar e beber diariamente.
Verificou-se que as pessoas que vivem em bairros mais verdes têm 13% menos probabilidade de serem fumadores e 31% menos probabilidade de consumir álcool diariamente do que aquelas de áreas menos verdes. Apurou-se ainda que as pessoas que fazem visitas intencionais à natureza, longe de casa, pelo menos uma vez por semana, têm menor probabilidade de fumar.
O estudo analisou, pela primeira vez, dados de vários países e diferentes tipos de contacto com a natureza e destaca o potencial dos espaços verdes como uma intervenção de saúde pública.
Definiram-se espaços verdes residenciais como terrenos compostos por vegetação e elementos naturais até 250 metros da casa de alguém, incluindo jardins particulares. A equipa de especialistas utilizou dados da Investigação Internacional BlueHealth, uma investigação transversal com 18.838 adultos (9.645 mulheres) de 18 países e de diversos grupos sociodemográficos.
Os resultados foram consistentes entre países diferentes, renda familiar e nível educacional, portanto, a presença de espaços verdes perto de casa, reduzindo comportamentos de risco para a saúde, parece ser benéfica para todos e não se limita a grupos específicos.
Isto sugere que os efeitos positivos dos espaços verdes residenciais na redução do tabagismo e do consumo diário de álcool podem ser aproveitados como uma intervenção de saúde pública.
O estudo representa um ponto de partida para investigações ainda mais detalhadas, que tenham como objetivo verificar se a melhoria do acesso e da manutenção dos espaços verdes urbanos poderia oferecer aos profissionais de saúde pública estratégias viáveis para reduzir múltiplos comportamentos de risco para a saúde.