Nos EUA, cerca de 10% dos médicos de clínica geral relatam níveis elevados de burnout. E os médicos do Ocidente ainda têm um risco significativamente maior de burnout em comparação com os de outras regiões do país.

Para a equipa de investigação, liderada pelo Dr. Nathan Houchens, da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan, compreender o burnout na população que presta cuidados médicos gerais é particularmente relevante, devido à previsão de escassez de aproximadamente 40.000 médicos de cuidados primários na próxima década.

No estudo, os investigadores entrevistaram 629 médicos de clínica geral de um banco de dados nacional mantido pela Associação Médica Americana. Cerca de metade dos médicos presta cuidados primários e a outra metade trabalha em hospitais.
Os dados permitiram apurar que cerca de 10% dos médicos apresentavam os três sinais de burnout: exaustão emocional, sensação de distanciamento e baixa realização pessoal.

Os resultados revelaram que o risco de burnout foi semelhante entre os médicos que trabalham em centros médicos comunitários, instalações do Departamento de Assuntos de Veteranos e nos hospitais académicos.

Também não se observaram diferenças significativas no risco de burnout entre médicos de cuidados primários ou hospitalares, ou entre médicos que trabalham em ambientes de internamento ou em ambulatório. No entanto, cerca de 15% dos médicos no Oeste sofriam de burnout, uma percentagem significativamente maior do que aqueles no Nordeste (9%), Centro-Oeste (9%) ou no Sul (7%).

O burnout prevalece entre os médicos de clínica geral e não parece estar relacionado com contextos específicos da prática. No futuro, os estudos devem explorar intervenções sistémicas que visem fatores comuns e importantes de burnout nos médicos de clínica geral.