Menopausa antes dos 40 pode aumentar risco de morte precoce
As mulheres que entram na menopausa antes dos 40 anos têm quatro vezes mais probabilidades de morrer jovens de cancro e duas vezes mais probabilidades de morrer jovens de doença cardíaca ou outras doenças, apurou um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Oulu, na Finlândia.
![Menopausa antes dos 40 pode aumentar risco de morte precoce Menopausa antes dos 40 pode aumentar risco de morte precoce](/img/news/2024/06/menopausa-antes-dos-40-pode-aumentar-risco-de-morte-precoce_800x500.jpg?cache-buster=5e0fb9174219e8c60ec6ef4c809cc65feda77015)
No entanto, os especialistas afirmam que fazer Terapia de Reposição Hormonal (TRH) durante mais de seis meses pode reduzir o risco de mortalidade por todas as causas e por cancro em cerca de metade.
A menopausa ocorre quando os ovários de uma mulher deixam de libertar óvulos – o corpo passa a produzir menos estrogénio e progesterona – e acontece quando esta fica 12 meses consecutivos sem menstruar.
Embora a maioria das mulheres entre naturalmente na menopausa entre os 45 e os 55 anos, 1% experimenta menopausa prematura ou insuficiência ovárica prematura (IOP) e passa pela menopausa antes dos 40 anos.
Distúrbios genéticos, doenças autoimunes, quimioterapia ou cirurgia para remoção dos ovários podem causar IOP, mas em muitos casos, a causa exata não é óbvia.
A equipa de investigadores da Universidade de Oulu e do Hospital Universitário de Oulu comparou 5.817 mulheres finlandesas diagnosticadas com IOP espontânea ou cirúrgica com 22.859 mulheres sem a condição, entre 1988 e 2017.
A investigação permitiu concluir que as mulheres que passavam pela menopausa mais cedo tinham duas vezes mais probabilidade de morrer devido a doenças cardíacas e quatro vezes mais hipóteses de morrer devido a um cancro. Os especialistas aperceberam-se ainda que as mulheres com IOP resultante de cirurgia não apresentavam um risco adicional de mortalidade.
Segundo Hilla Haapakoski, líder do estudo, que se saiba, este foi o maior estudo realizado sobre a ligação entre IOP e o risco de mortalidade.
A TRH é o tratamento mais comum para a IOP – pois substitui o estrogénio e outras hormonas que os ovários deixaram de produzir –, no entanto, a maioria das mulheres não segue as recomendações para tomar esses medicamentos.
Após a menopausa, o estrogénio protege a saúde do coração, do cérebro e dos ossos, e a progesterona protege o útero da mulher. Importa referir que os benefícios da TRH superam os riscos associados. O próximo passo dos especialistas é avaliar o impacto da terapia hormonal a longo prazo.
Para Haapakoski vários riscos para a saúde das mulheres com IOP não foram bem reconhecidos e o uso da TRH é com frequência negligenciado. O objetivo é melhorar a saúde destas mulheres, aumentando a consciência dos riscos entre os profissionais de saúde e as próprias mulheres.
As conclusões da investigação foram apresentadas no 26º Congresso Europeu de Endocrinologia, em Estocolmo.