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Aditivos dos e-cigarros prejudicam membrana vital nos pulmões

Os riscos para a saúde associados ao consumo de produtos de tabaco e cannabis já estão bem estabelecidos. Já os riscos associados aos cigarros eletrónicos, ou e-cigarros, especialmente produtos aromatizados populares entre os jovens adultos, estão menos compreendidos.

Aditivos dos e-cigarros prejudicam membrana vital nos pulmões

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No estudo, publicado na revista Langmuir, os investigadores da Concordia mostraram como o aditivo tocoferol para os e-cigarros – um composto orgânico mais conhecido como vitamina E – e o acetato de tocoferol podem danificar os pulmões. O estudo soma-se à crescente literatura sobre o que é conhecido por lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrónico (EVALI).

Quando aquecido e inalado, o composto incorpora no surfactante pulmonar uma membrana lipídica-proteica nanoscopicamente fina que reveste a superfície dos alvéolos, que regula a troca gasosa oxigénio-dióxido de carbono e estabiliza a tensão superficial dos pulmões durante a respiração.

Na investigação, os especialistas utilizaram membranas modelo com a espessura de uma molécula, denominadas filmes de Langmuir, para simular a expansão e compressão do surfactante pulmonar. Adicionaram, então, vitamina E, que é estruturalmente semelhante aos lípidos encontrados na membrana.

Através de diferentes técnicas de observação, como microscopia, difração de raios X e refletividade de raios X, os investigadores puderam ver como a presença do aditivo alterava as propriedades do surfactante e monitorizaram as alterações à medida que adicionavam mais – tal como um surfactante real acumularia e reteria o composto nos pulmões.

Christine DeWolf, líder do estudo, revelou que a presença da vitamina E altera as propriedades funcionais do surfactante. O oxigénio é trocado por dióxido de carbono através do surfactante pulmonar, portanto, se as propriedades do surfactante forem alteradas, a capacidade de troca de gases também poderá ser. E se a tensão superficial for alterada, isso afetará o trabalho respiratório. Combinadas, estes mudanças tornam a respiração mais difícil.

Os especialistas acreditam que esta é a base molecular que contribui para a falta de ar e a redução dos níveis de oxigénio observados em pessoas que sofrem de EVALI.

Esta investigação revela perceções críticas sobre as possíveis consequências dos e-cigarros a curto e a longo prazo, capacitando os jovens para fazerem escolhas informadas sobre a sua saúde e bem-estar.
A esperança dos investigadores é que o seu trabalho seja usado para educar os organismos reguladores sobre os riscos apresentados por certos agentes de transporte e sobre os aditivos que contêm, que podem inibir a função pulmonar.

Fonte: Tupam Editores

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