CÉREBRO

Escrever à mão aumenta a conectividade cerebral

Escrever à mão pode aumentar a conectividade entre regiões do cérebro, algumas das quais estão implicadas na aprendizagem e na memória, revelou um novo estudo desenvolvido por investigadores da Universidade da Noruega.

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O estudo, publicado recentemente na revista Frontiers in Psychology, permitu apurar que quando escreveram palavras à mão, os estudantes universitários mostraram maior conectividade em todo o cérebro, particularmente nas ondas cerebrais associadas à formação da memória, do que quando digitaram essas palavras.

A descoberta acrescenta evidências dos benefícios da escrita à mão e pode servir de base para leis que implementam currículos de escrita à mão, como a lei recentemente promulgada na Califórnia que exige o ensino da letra cursiva do 1º ao 6º ano.

Vários estudos anteriores mostraram que escrever à mão melhora a precisão ortográfica, a recuperação da memória e a compreensão conceitual. Os especialistas acreditam que o lento processo de traçar letras e palavras dá aos indivíduos mais tempo para processar o material e aprender.

No novo estudo, psicólogos da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia em Trondheim, recrutaram estudantes da universidade aos quais foram colocados elétrodos na cabeça. Foi pedido aos alunos para digitarem ou escreverem à mão em letra cursiva com uma caneta digital uma palavra que aparecesse no écran do computador. Enquanto os participantes realizavam cada tarefa a sua atividade elétrica cerebral era registada por sensores inseridos num capacete.

Com a caligrafia os especialistas observaram um aumento da atividade, especificamente nas bandas de baixa frequência chamadas alfa e teta, não apenas nas áreas motoras esperadas devido ao movimento, mas também noutras áreas associadas à aprendizagem.

Quando a equipa comparou as duas tarefas, percebeu que escrever à mão – mas não digitar – aumentava a conectividade entre as regiões parietais do cérebro, que estão envolvidas no processamento sensorial e motor, e nas centrais, muitas das quais estão envolvidas na memória.

Estas descobertas sugerem que existem processos distintos de ativação cerebral a acontecer enquanto uma pessoa digita ou escreve. E mesmo quando os movimentos são muito semelhantes, a ativação parece muito, muito maior na caligrafia, o que mostra que há mais envolvimento dessas regiões do cérebro quando se escreve à mão.

Como a equipa não testou se os participantes se lembravam das palavras, ainda não está claro de que forma exatamente o aumento da atividade afeta a aprendizagem. O estudo merece acompanhamento para investigar o que está a causar essas diferenças de conectividade e se elas refletem ou não os resultados da aprendizagem.

Apesar da necessidade de mais estudos para determinar a estratégia de aprendizagem ideal, os especialistas asseguram que a escrita não deve ser abandonada na era digital.

Fonte: Tupam Editores

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