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ELA: bloquear a inflamação pode reduzir os sintomas

Em pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA), alterações nos neurónios parecem ativar as células do sistema imunológico. Um estudo levado a cabo por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade Laval, no Canadá, sugeriu que reduzir a inflamação pode reduzir os sintomas da doença.

ELA: bloquear a inflamação pode reduzir os sintomas

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A ELA é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e rara, sendo a forma mais frequente de Doença do Neurónio Motor. Na ELA, os neurónios motores que conduzem a informação do cérebro aos músculos do nosso corpo, passando pela medula espinhal, morrem precocemente. Como resultado, esses músculos, que são os que nos fazem mexer, ficam mais fracos.

A Dra Chantelle Sephton e a sua equipa utilizaram um modelo de rato geneticamente modificado e descobriram que mudanças estruturais nos neurónios superiores ocorriam antes dos sintomas da doença se manifestarem.

O estudo, publicado na Acta Neuropathologica Communications, sugere que essas alterações morfológicas enviam um sinal para a microglia e os astrócitos, as células imunológicas do sistema nervoso central.
Quando chegam, o seu efeito é protetor, mas se permanecerem durante muito tempo tornam-se tóxicos para os neurónios. Isto reduz as conexões sinápticas entre os neurónios motores no cérebro e na medula espinhal, resultando numa redução nas conexões sinápticas com os músculos. Essas alterações levam à atrofia e perda da função motora.

Devido a esta correlação entre os sintomas e a resposta imunitária, a equipa de investigação questionou-se se seria possível restaurar as ligações sinápticas através do bloqueio da inflamação. Assim, testaram um medicamento semissintético à base de witaferina A, um extrato da planta Ashwagandha, que tem sido usado há milhares de anos na medicina tradicional indiana.

A substância bloqueia a inflamação e permite que os neurónios motores voltem ao normal. Os especialistas verificaram que os neurónios se regeneram sem células imunes ativadas. Os dendritos dos neurónios motores começam a crescer e a fazer conexões novamente, aumentando o número de sinapses entre os neurónios motores e os músculos.

Esta parece ser uma forma promissora de melhorar os sintomas da ELA, seja a doença familiar ou esporádica, uma vez que ambos os tipos estão associados à inflamação. Outras doenças onde a inflamação desempenha um papel, como a doença de Alzheimer, poderiam beneficiar igualmente desta abordagem.

Fonte: Tupam Editores

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