ALIMENTAÇÃO

Adolescentes LGBTQ+ têm o dobro do risco de compulsão alimentar

O transtorno da compulsão alimentar é o fenótipo mais comum do transtorno alimentar e está associado a vários resultados negativos para a saúde. Um novo estudo, publicado no Journal of Eating Disorders, permitiu concluir que adolescentes lésbicas, gays e bissexuais (LGB) nos Estados Unidos têm duas vezes mais probabilidade de desenvolver compulsão alimentar do que os seus pares heterossexuais.

Adolescentes LGBTQ+ têm o dobro do risco de compulsão alimentar

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Segundo Jason Nagata, da Universidade da Califórnia, São Francisco, os jovens que se identificaram como lésbicas, gays ou bissexuais podem enfrentar discriminação, bullying e estigma devido à sua orientação sexual. Estes fatores de stress podem levar à baixa autoestima e a distúrbios alimentares.

A compulsão alimentar pode resultar em efeitos psicológicos como depressão e ansiedade e problemas de saúde física a longo prazo, incluindo diabetes e doenças cardíacas.

Para o estudo, os investigadores analisaram dados de 10.197 adolescentes (48,8% mulheres, 54,0% brancos, 19,8% latinos/hispânicos, 16,1% negros, 5,4% asiáticos, 3,2% nativos americanos, 1,5% outros) com idades entre 10 e 14 anos (média de 12 anos) que fazem parte do Estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente, o maior estudo de longo prazo sobre o desenvolvimento do cérebro e a saúde infantil nos Estados Unidos.

Os dados foram recolhidos entre 2018 e 2020. Os pais responderam a perguntas sobre o comportamento alimentar dos filhos e os adolescentes foram questionados sobre a sua orientação sexual.

O transtorno da compulsão alimentar é caracterizado pela ingestão frequente de grandes quantidades de alimentos e pela sensação de incapacidade de parar de comer. Apesar de ser o transtorno alimentar mais comum nos EUA, é pouco estudado e muitas vezes mal compreendido.

Os resultados permitiram apurar que os meninos adolescentes tinham probabilidades 28% maiores de compulsão alimentar do que as meninas. Os meninos adolescentes podem ter uma tendência para a musculatura e o tamanho maior, o que pode levar ao consumo de maiores quantidades de alimentos. Neste contexto, os rapazes têm maior propensão do que as raparigas para fazer refeições excessivas que têm sido associadas a episódios de compulsão alimentar.

Os transtornos alimentares são situações graves e a solução não depende da força de vontade do adolescente. É fundamental que os adolescentes com transtornos alimentares procurem ajuda profissional que deverá ser composta por uma equipa interdisciplinar, incluindo um profissional de saúde mental, médico e nutricionista.

Para Nagata, devido ao maior risco de distúrbios alimentares em jovens LGBTQ+, é importante que os profissionais de saúde promovam um ambiente acolhedor para jovens de todas as orientações sexuais e géneros.

Fonte: Tupam Editores

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