A dor no pescoço é um problema comum que pode limitar a capacidade de uma pessoa participar das suas atividades normais, além de acarretar gastos financeiros para o sistema de saúde e para a economia em geral, originados por redução de produtividade ou por licenças por doença. A implementação de estratégias de prevenção eficazes poderia reduzir o sofrimento pessoal e conduzir a poupanças de custos consideráveis.

O objetivo do estudo, publicado no Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, era descobrir se o exercício poderia ajudar a prevenir dores no pescoço. Foram analisados, no total, cinco ensaios que envolveram 1.722 participantes que, na maioria (80%), eram trabalhadores de escritório.

O risco de viés foi classificado como preocupante em 2 dos estudos, e alto nos outros 3. Houve evidência de qualidade moderada de que as intervenções com exercícios provavelmente reduzem o risco de um novo episódio de dor cervical em comparação com nenhuma ou mínima intervenção a curto prazo (≤ 12 meses).

Os resultados apurados revelaram-se promissores. Os especialistas chegaram à conclusão que a prática regular de exercício pode, de facto, reduzir o risco de dores no pescoço em cerca de metade, entre este tipo de trabalhadores.

Para as empresas, a mensagem é clara: em 100 pessoas a trabalhar em escritórios, aproximadamente 30 delas vão sentir dores no pescoço no próximo ano, no entanto, a implementação de um programa de exercícios, pode fazer com que esse número diminua para quase metade, ou seja, para 17 em 100. De referir que este tipo de programas aporta ainda outros benefícios para os funcionários e também para a empresa.

A vida sedentária é o problema e a origem de muitas das queixas relacionadas com a dor de pescoço. Não se trata apenas de má postura: o nosso corpo foi feito para se mexer, pelo que devemos criar uma rotina diária de exercício para desenvolver um estilo de vida ativo e dessa forma tratar ou prevenir a dor de pescoço.