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Educação superior compensa risco genético de Alzheimer

Um novo estudo publicado na Nature Communications, liderado por um grupo de pesquisadores do Massachusetts General Hospital da Harvard Medical School, desafia a noção de que a genética é o único determinante do risco de Alzheimer, especialmente para as pessoas predispostas a formas de início precoce da doença.

Educação superior compensa risco genético de Alzheimer

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Depois de analisarem os dados de 675 pessoas portadoras da mutação genética PSEN1 E280A, que muitas vezes leva ao aparecimento dos sintomas de Alzheimer por volta dos 49 anos de idade, os investigadores concluíram que os níveis de educação superior compensam o risco genético da doença.

Os autores explicam como a genética é apenas um fator na equação de risco para a doença de Alzheimer, mesmo para as formas da doença que têm uma importante componente genética. Assim, embora os portadores de uma mutação adicional de alto risco tenham experimentado um declínio mais rápido, os investigadores descobriram que um maior nível de escolaridade poderia funcionar como fator de proteção, retardando o comprometimento cognitivo, mesmo na presença de forte risco genético.

A equipa envolvida no estudo avaliou igualmente de que forma o nível educacional influenciava as funções cognitivas em indivíduos portadores da mutação PSEN1 E280A, incluindo os que também tinham diversas outras variantes genéticas da APOE, tendo concluído que um maior desempenho educacional ou mais anos de escolaridade, estavam também associados a uma melhor função cognitiva, especialmente entre aqueles que tinham maior risco genético para a doença.

Em declarações ao Medical News Today, a principal autora do estudo, Stephanie Langella, pesquisadora de pós-doutoramento no departamento de psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts, referiu que “em indivíduos com uma forma geneticamente determinada da doença de Alzheimer, o início do comprometimento clínico e cognitivo é influenciado tanto por outros fatores genéticos quanto pelo nível de escolaridade.”

Yakeel T. Quiroz, professor associado da Harvard Medical School, neuropsicólogo clínico, pesquisador de neuroimagem e coautor do estudo, acompanha as conclusões de Langella, afirmando que “Nossos resultados sugerem que aumentar o nível educacional pode ser uma forma de preservar a função cognitiva em indivíduos com risco de doença de Alzheimer” e pode ser um importante mecanismo de reserva cognitiva nas pessoas com risco genético.

Porém, o maior obstáculo existente é que nem todos têm igual acesso ao ensino superior, o que constitui um importante desafio para o futuro.

Fonte: Tupam Editores

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