STRESS

Estudo revela solução para quem roi as unhas ou retira as peles

Se não consegue parar de roer as unhas, retirar as peles à volta destas, ou arrancar cabelos, especialmente quando está stressado, há algo que tem de tentar. É que a solução para acabar com estes hábitos pode passar simplesmente por tocar na pele suavemente, esfregar levemente as pontas dos dedos, a palma da mão ou a parte de trás do braço, pelo menos duas vezes por dia.

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Os comportamentos repetitivos focados no corpo (BFRB) abrangem um conjunto de condições na área da dermatologia e psiquiatria/psicologia. O distúrbio é prevalente, afetando 5% das pessoas em todo o mundo, mas atualmente subdiagnosticado e subtratado.

A estratégia denomina-se "substituição de hábito" e ajudou 53% dos participantes de um novo estudo, publicado no jornal JAMA Dermatology, a reduzir o comportamento indesejado. A investigação durou seis semanas e contou com a participação de 268 pessoas que tinham tricotilomania – uma condição em que os afetados respondem ao stress ou se acalmam arrancando os cabelos –, ou roíam repetidamente as unhas, ou a parte interna da bochecha.

Steffen Moritz, principal autor do estudo, realça que a regra é tocar apenas levemente no corpo. Se se estiver sob stress os movimentos podem ser realizados mais rapidamente, mas não com mais pressão autoaplicada.

Os membros do grupo controle foram informados de que estavam em lista de espera para o tratamento (que receberam após o término do estudo). Outros participantes aprenderam como formar um hábito substituto através de um manual e de um vídeo.
As pessoas que roem as unhas parecem ser as que mais benefícios têm. Cerca de 80% dos participantes no grupo de tratamento disseram estar satisfeitas com o treino e 86% recomendá-lo-iam.

Embora sejam necessárias mais investigações, esta estratégia pode juntar-se às técnicas comportamentais existentes, como o desacoplamento e o treino de reversão de hábitos, que são usados para ajudar pessoas com BFRB.

No treino de reversão de hábitos, as pessoas podem envolver-se de forma semelhante num comportamento diferente. Podem, por exemplo, cerrar os punhos com muita força quando tiverem vontade de puxar o cabelo ou podem sentar-se em cimas das mãos. Por vezes também são prescritos antidepressivos para pessoas com este tipo de comportamentos, e a terapia cognitivo-comportamental pode ser outra opção de tratamento.

Moritz estima que um terço a metade dos pacientes beneficiam do desacoplamento, mas o restante não, pelo que o objetivo era descobrir outra técnica que talvez fosse mais adequada para aqueles que não respondem.

Nesta população procuram-se tratamentos que tenham realmente impacto ou reduzam a gravidade desses sintomas específicos. Ainda que a investigação de “prova de conceito” necessite de mais confirmação, os especialistas estão encorajados pelas descobertas.

Conseguir acesso a serviços de saúde mental pode ser um verdadeiro desafio hoje em dia e as listas de espera podem ser incrivelmente longas. Assim, quanto mais estudos se realizarem e quanto mais se desenvolverem os materiais de autoajuda, melhor se conseguirá diminuir essa lacuna do tratamento.

Fonte: Tupam Editores

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