MÚSCULO

Níveis altos de massa muscular magra protegem contra Alzheimer

Um estudo publicado no BMJ Medicine sugere que níveis mais elevados de massa muscular magra podem proteger contra a doença de Alzheimer. Com base em dados genéticos, o estudo apurou que pessoas com maior massa muscular magra ao longo da vida tiveram um risco 12% menor de doença de Alzheimer e ainda tinham melhor desempenho cognitivo.

Níveis altos de massa muscular magra protegem contra Alzheimer

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DIA MUNDIAL DO DOENTE DE ALZHEIMER


As descobertas sugerem que a massa magra pode ser um fator protetor para a doença de Alzheimer, no entanto, são necessárias mais investigações para descobrir as implicações clínicas e de saúde pública destes resultados.

A obesidade tem sido associada a um risco aumentado de doença de Alzheimer em numerosos estudos, possivelmente explicado pelo aumento da inflamação, resistência à insulina e níveis mais altos da proteína amiloide β (prejudicial à saúde do cérebro), no tecido adiposo.

Níveis mais baixos de massa muscular magra também foram associados a um risco aumentado da doença, mas não está claro se isso precede ou sucede um diagnóstico. Para investigar, a equipa de especialistas recorreu a uma técnica de predição genética denominada randomização Mendeliana, para obter dados sobre a ligação entre massa muscular magra e Alzheimer.

Os investigadores basearam-se em informações de 450.243 participantes do Biobank do Reino Unido – uma amostra independente de 21.982 pessoas com Alzheimer e 41.944 pessoas sem a doença; uma amostra adicional de 7.329 pessoas com e 252.879 pessoas sem doença de Alzheimer; e 269.867 pessoas que participaram de um estudo de genes e inteligência.

Foi utilizada a bioimpedância para estimar a massa muscular magra e o tecido adiposo nos braços e pernas dos participantes, cujos resultados foram ajustados para idade, sexo e ancestralidade genética.

Em média, maior massa muscular magra (geneticamente aproximada) foi associada a uma redução modesta, mas estatisticamente robusta, no risco de doença de Alzheimer. A descoberta foi replicada na amostra adicional de 7.329 pessoas com e 252.879 pessoas sem a doença de Alzheimer, usando diferentes medidas de massa muscular magra – tronco e corpo inteiro.

A massa magra foi igualmente associada a um melhor desempenho em tarefas cognitivas, mas essa associação não explica o efeito protetor da massa magra no risco de doença de Alzheimer. A gordura corporal, ajustada para massa magra, também não foi associada ao risco de doença de Alzheimer, mas foi associada a um pior desempenho em tarefas cognitivas.

Para os investigadores, os resultados fornecem novas evidências que sustentam uma relação de causa e efeito entre massa magra e risco de doença de Alzheimer. Além disso, as descobertas refutam um grande efeito da massa gorda no risco da doença de Alzheimer e destacam a importância de distinguir entre massa magra e massa gorda ao investigar o efeito das medidas de adiposidade nos resultados de saúde.

Importa referir, contudo, que as descobertas precisam de ser replicadas com linhas independentes de evidências complementares antes de informar a saúde pública ou a prática clínica.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS