Uma meta-análise de vários ensaios clínicos permitiu concluir que os pacientes com eczema grave que foram tratados com o medicamento dupilumab apresentaram uma redução nos sintomas e melhoria da qualidade de vida.
Existem diversos tipos de eczema, com características muito distintas, relativamente à sua forma de apresentação, distribuição e tendência evolutiva.
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Os resultados, que foram publicados no JAMA Dermatology, sugerem que o dupilumab é um tratamento seguro e eficaz para casos de dermatite atópica (DA) eritrodérmica, ou eczema, nos quais mais de 90% do corpo foi afetado.
No estudo atual, os investigadores analisaram 209 pacientes com DA eritrodérmica em seis ensaios clínicos. Os pacientes que receberam tratamento com o dupilumab experimentaram uma melhora precoce e significativa dos sintomas, incluindo diminuição do prurido e níveis mais baixos de biomarcadores de DA. Registaram ainda aumento da qualidade de vida e menos sintomas de ansiedade ou depressão.
Segundo Amy Paller, co-autora da investigação, a dúvida que surge em relação a muitas das novas terapias é se funcionarão para os pacientes com os casos mais graves. Este grupo de doentes tem o maior risco de infeção, comorbidades e até morbidade. Ao analisarem esses pacientes, os especialistas constataram que responderam tão bem ao tratamento quanto os casos mais leves.
Anteriormente, o tratamento para a DA consistia em medicamentos imunossupressores gerais. O dupilumab é especificamente direcionado para bloquear as citocinas responsáveis pelas respostas inflamatórias, sendo geralmente considerado mais seguro para uso a longo prazo.
Os efeitos colaterais relatados no estudo incluíram reação no local da injeção, conjuntivite e nasofaringite. Os pacientes com DA eritrodérmica tinham maior propensão para desenvolver conjuntivite em comparação com pacientes com casos mais leves.
A especialista salienta que a razão pela qual esta investigação com este grupo mais grave é importante é porque dá uma visão sobre os pacientes mais necessitados, que são mais graves. É útil também porque, embora estas pessoas se saiam muito bem, podem ter um maior risco de conjuntivite, pelo que a atenção deve ser redobrada.
A Dermatite Atópica é uma doença crónica, imunomediada, atualmente incurável, determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, com um impacto elevado nas várias dimensões da vida dos doentes e das suas famílias. Esta doença afeta entre 10 a 20% das crianças e entre 1 a 3% dos adultos em todo o mundo, sendo que aproximadamente 4,4% da população europeia vive com DA.
