CONTRACEPTIVO

Desenvolvimento de contracetivo masculino não hormonal avança

Embora o controle de natalidade exista há décadas, quase nenhuma das opções tem como alvo específico os espermatozoides. Atualmente os investigadores estão a desenvolver abordagens que visam a testosterona ou interrompem a capacidade do esperma de fertilizar um óvulo, mas isso pode não funcionar para todos.

Desenvolvimento de contracetivo masculino não hormonal avança

SEXUALIDADE E FERTILIDADE

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Agora, um estudo publicado no Journal of Medicinal Chemistry revelou que foi identificada uma nova molécula candidata que pode tornar-se um contracetivo não hormonal eficaz para muitos homens que produzem esperma.

Anteriormente, a equipa havia investigado opções anticoncecionais não hormonais, pois as abordagens direcionadas à testosterona produziam efeitos colaterais indesejados. Desenvolveram, então, um medicamento direcionado a um receptor específico de vitamina A e descobriram que funcionava como um contracetivo altamente eficaz, sem efeitos colaterais.

Contudo, na formação do esperma estão envolvidas inúmeras proteínas, e explorar várias opções ajudaria a aumentar a probabilidade de uma delas chegar a testes clínicos em humanos e, eventualmente, ao mercado.

Outro conjunto de proteínas envolvidas no ciclo celular são as quinases dependentes de ciclina, ou CDKs, que desempenham um papel na produção de células espermáticas e no desenvolvimento de tumores. Ratinhos sem o receptor CDK2 são estéreis, portanto, uma substância que tenha como alvo essa proteína pode servir como um contracetivo eficaz. Além disso, também tem potencial como terapêutico contra o cancro pois a inibição da enzima retardou o crescimento do tumor em estudos anteriores.

Mas o CDK2 tem uma forma muito semelhante a outras enzimas da sua família, e os inibidores atualmente disponíveis tendem a produzir efeitos indesejados fora do alvo, ligando-se acidentalmente aos outros também.
Por essa razão, os especialistas queriam desenvolver uma substância que pudesse inibir seletivamente o CDK2 para servir como outra opção contracetiva.

Anteriormente, a equipa havia descoberto um local de ligação desconhecido no CDK2 e uma molécula de corante disponível comercialmente que se ligou a ele com sucesso. Usando o corante como ponto de partida, analisaram dezenas de milhares de compostos diferentes no estudo atual para descobrir aqueles que também fixavam bem o receptáculo. Reduziram a lista a apenas três, e escolheram um para otimizar ainda mais.

A melhor versão, denominada EF-4-177, demonstrou meia-vida longa e boa difusão nos testículos dos ratinhos. Após uma exposição de 28 dias, a contagem de esperma dos animais diminuiu cerca de 45%.
Além disso, o EF-4-117 ligou-se muito mais fortemente ao receptáculo CDK2 do que o corante, tornando-o o inibidor de maior afinidade para este local relatado até agora. Para os investigadores este trabalho comprova o potencial desse inibidor para futuras aplicações terapêuticas.

Fonte: Tupam Editores

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