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Sexo e raça do médico podem influenciar resultado do tratamento

Hábitos profundamente enraizados podem afetar a forma como os pacientes brancos respondem fisicamente aos cuidados médicos prestados por médicos de diferentes raças ou géneros.

Sexo e raça do médico podem influenciar resultado do tratamento

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Uma equipa de investigadores avaliou as reações ao tratamento de quase 200 pacientes brancos após terem sido aleatoriamente selecionados para receber cuidados de um médico, homem ou mulher, que fosse negro, branco ou asiático.
Os pacientes brancos pareciam melhorar mais rapidamente quando tratados por um homem branco – o estereótipo do médico nos Estados Unidos.

Mas o estudo tinha uma surpresa: cada paciente, sem saber, foi tratado com um placebo, o que significa que não tomou medicamentos. As suas reações sugerem a existência de um enraizado preconceito de género e raça. Os pacientes, em média, experimentaram resultados físicos comprovadamente melhores após serem tratados por um médico homem branco, em comparação com aqueles que foram tratados por um médico negro ou mulher.

No estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os pacientes brancos, todos residentes na área da Baía de São Francisco, dirigiram-se a um consultório médico simulado, onde um profissional de saúde induziu uma reação alérgica leve ao picar a sua pele com histamina. Os 13 médicos homens ou mulheres eram negros, brancos ou asiáticos.

Todos os médicos administraram a esses pacientes exatamente o mesmo tratamento para a reação alérgica que, neste caso, era um creme placebo – uma loção para as mãos sem perfume que disseram ser um anti-histamínico e que reduziria o tamanho da reação alérgica. A pele de cada paciente foi avaliada 30 segundos após a aplicação do creme placebo e novamente três, seis e nove minutos depois.

O resultado foi interessante: os pacientes tratados por um médico do sexo feminino ou negro tiveram uma resposta notavelmente mais fraca ao creme sem medicamentos do que os pacientes que foram tratados por um médico do sexo masculino e/ou branco ou asiático.

Segundo os investigadores a questão do preconceito de raça e género é de grande importância. Historicamente, a maioria dos médicos nos Estados Unidos são homens e brancos, mas a composição da profissão médica está a mudar.

Os resultados do estudo sugerem que quando um paciente entra no consultório de um médico, se esse médico não se parece com o tipo de pessoa que esteve nesse papel até à altura – isto é, se o médico não é um homem branco – então os pacientes podem ser menos responsivos ao tratamento daquele médico em termos de resposta física imediata ao tratamento.

Os pacientes brancos não expressaram nenhum “preconceito implícito”, ou seja, não classificaram as médicas ou negras como menos simpáticas ou competentes. Tampouco expressaram “viés explícito”, o que significa que não expressaram mais ansiedade ou reações negativas não verbais em relação a profissionais de saúde negros ou femininos. Estavam, aliás, altamente motivados para não serem preconceituosos.

Assim, de acordo com Lauren Howe, principal autora do estudo, tudo aponta para uma questão de preconceito profundamente enraizado, pois mesmo quando as pessoas relatam e mostram atitudes positivas em relação aos médicos, revelam uma resposta menos forte ao tratamento administrado por esses profissionais de saúde.

Fonte: Tupam Editores

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