Vacina Covid-19: quarta dose aumenta anticorpos nos mais velhos
Um novo estudo realizado por investigadores do Reino Unido revelou que os anticorpos contra o coronavírus aumentaram 2,2 vezes mais do que após a terceira dose da vacina contra a Covid-19.
SOCIEDADE E SAÚDE
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De entre os três cenários prováveis de evolução da pandemia para o ano de 2022, apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de abril, tudo parece indicar que o pior deles está a acontecer, isto é, o surgimento de uma variante mais virulenta e transmissível, embora menos letal, devido principalmente à imunização induzida pela vacinação ou por infeção natural. LER MAIS
A investigação, publicada na revista científica Lancet Infectious Diseases, mostrou que uma quarta dose da vacina contra a doença confere um nível de proteção superior à infeção provocada pelo coronavírus em pessoas entre os 50 e os 80 anos.
Foram testados os imunizantes da Pfizer e da Moderna em 160 pessoas desta faixa etária, tendo-se verificado que o reforço aumenta em até sete vezes a quantidade de células T e em 2,2 vezes os anticorpos.
Não se encontraram sinais de que a proteção das vacinas diminui a cada dose extra. Importa referir que os indivíduos que já tinham níveis altos de anticorpos e células T antes de receber a quarta dose só apresentaram um pequeno aumento da imunidade com a vacina.
Segundo o professor Andrew Ustianowski, do Instituto Nacional para a Saúde e Pesquisa do Reino Unido, já se sabia que era importante disponibilizar a quarta dose para os mais vulneráveis no início do ano. Este estudo só vem mostrar que essa é a decisão certa e que o reforço é seguro e mais eficaz do que a terceira dose.
No caso dos mais jovens, e apesar dos resultados apurados, os cientistas estão reticentes sobre vacinar com o reforço pois estes são menos propensos a casos graves.
Entretanto, a Organizaçao Mundial de Saúde (OMS) defendeu recentemente que esta quarta dose de reforço contra a Covid-19 deve ser administrada apenas a idosos ou pessoas com o sistema imunitário fragilizado, devendo considerar-se prioritária a vacinação primária a nível global. Não há dados específicos que justifiquem recomendar a quarta dose à população em geral.
Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS, relembra que uma parte considerável da população mundial ainda não tem acesso às vacinas, como é o caso de África, continente onde apenas 15% da população total receberam as primeiras duas doses.