Mais de metade dos asmáticos no país não tem a doença controlada
A asma afeta cerca de 700 mil portugueses, crianças e adultos. A propósito do Dia Mundial da Asma, que se assinala a 3 de maio, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) alerta para a elevada percentagem (53%) de doentes asmáticos que não têm a sua doença controlada. “Closing Gaps in Asthma Care” foi o mote definido pela Global Initiative for Asthma para este ano.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
ASMA - NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS NO TRATAMENTO
A asma é, a nível mundial, uma das doenças mais frequentes e afecta, segundo estimativas internacionais, mais de 150 milhões de pessoas no planeta. LER MAIS
Segundo a imunoalergologista Ana Mendes, coordenadora do Grupo de Interesse em Asma da SPAIC, existem algumas lacunas no tratamento da asma e uma maior informação sobre a doença pode contribuir para reduzir o sofrimento dos doentes.
Na origem do mau controlo da doença estão fatores como o desconhecimento sobre a doença, a necessidade de fazer medicação diária e a consequente falta de adesão terapêutica, ou ainda alguma dificuldade na administração da terapêutica, por exemplo, uma má técnica inalatória.
O problema acentua a importância de uma maior informação sobre a doença. É necessário informar os doentes, os médicos e toda a comunidade em geral para a problemática da asma, para o seu caráter de cronicidade e para a importância da adesão à terapêutica. É fundamental transmitir informação sobre o sucesso da terapêutica e de que é possível uma vida sem restrições para quem tem asma.
Mesmo no caso dos doentes com asma grave (cerca de 5%), um subtipo da doença de difícil controlo em que, mesmo corrigindo os fatores referidos há dificuldade no seu controlo, sendo necessário um nível bastante elevado de terapêutica. Nestes casos é fundamental transmitir a informação de que existem centros de referência e tratamentos adequados que podem ajudar.
A educação do doente é essencial e permite um melhor conhecimento da utilização dos fármacos, nomeadamente dos inaladores e dos motivos geradores do não controlo da doença. A relação médico-doente, baseada numa comunicação aberta e transparente, é um dos principais fatores críticos de sucesso. Importa que a doença seja gerida em conjunto pelos profissionais de saúde e pelo asmático e seus familiares.
A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia habitualmente na infância, mas que pode surgir em qualquer idade. Resulta do estreitamento dos brônquios, que pode ocorrer em várias circunstâncias. Ficando mais estreitos, o ar sai e entre nos pulmões com mais dificuldade. Este estreitamento é provocado pela contração dos músculos que existem a volta dos brônquios, pelo aumento da parede dos brônquios, ficando assim o interior dos brônquios mais estreito e pela maior quantidade de secreções que os brônquios produzem.