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Poluentes atmosféricos associados a sintomas de asma em crianças

A exposição a diversas combinações de poluentes atmosféricos tóxicos pode estar a desencadear sintomas de asma em crianças, sugere um estudo publicado na revista Science of the Total Environment.

Poluentes atmosféricos associados a sintomas de asma em crianças

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A investigação mostrou que 25 combinações diferentes de poluentes atmosféricos foram associados a sintomas de asma entre 269 crianças do ensino primário diagnosticadas com a doença em Spokane, Washington.

Em concordância com estudos anteriores, a investigação liderada pela Universidade Estadual de Washington (WSU) revelou uma disparidade socioeconómica – com um grupo de crianças de um bairro de rendimentos mais baixos exposto a combinações mais tóxicas, num total de 13 das 25 identificadas.

Embora outros estudos se tenham concentrado num número limitado de poluentes, a equipa de investigadores utilizou o poder de processamento de dados das técnicas de aprendizagem de máquinas para analisar os efeitos potenciais da exposição de 109 poluentes atmosféricos e as suas combinações nos resultados da asma.

Os especialistas basearam-se em dados recolhidos e trabalhados pela Agência de Proteção Ambiental sobre tóxicos atmosféricos presentes em bairros individuais à volta de 10 escolas primárias de Spokane. Acederam ainda a dados anónimos das escolas do ensino primário para relatos de alunos com diagnóstico de asma que apresentaram sintomas como tosse, respiração ofegante, dificuldade para respirar e necessidade de uso de inalador.

O estudo analisou os sintomas de asma que ocorreram em 2019 e 2020 nos seis meses anteriores ao início dos bloqueios pandémicos em março de 2020. Descobriu-se, então, que três poluentes específicos estavam significativamente associados aos sintomas da asma nos três períodos de exposição.

Os tóxicos envolvidos podem ter nomes desconhecidos – 1,1,1 tricloroetano, 2-nitropropano e 2, 4, 6 triclorofenol – mas derivam de materiais comumente usados. O primeiro é um solvente amplamente utilizado na indústria, mas anteriormente era utilizado em produtos de limpeza domésticos e colas. O segundo é um aditivo para tintas e outros acabamentos, e o terceiro é um agente antissético e antimofo que foi proibido na década de 1980, mas que ainda pode ser encontrado em alguns pesticidas e conservantes fabricados antes dessa data.

O objetivo do estudo não era identificar a fonte de qualquer poluente atmosférico ou a razão exata pela qual um grupo de crianças de um bairro de baixos rendimentos estava altamente exposto a poluentes atmosféricos. No entanto, a proximidade de fontes conhecidas de poluição do ar – morar perto de uma via com muito tráfego ou de instalações que utilizam solventes, por exemplo de produtores de tintas ou fábricas –, pode desempenhar um papel.

A descoberta de uma provável disparidade socioeconómica nas exposições atmosféricas tóxicas é consistente com investigações anteriores que mostraram que as crianças de áreas de rendimentos mais baixos estão expostas a uma ampla variedade de poluentes atmosféricos nos bairros onde vivem.

Embora o presente estudo esteja limitado à cidade de Spokane, a autora do estudo, Solmaz Amiri, revela que as descobertas estão de acordo com outra investigação realizada na cidade de Nova York, que identificou poluentes atmosféricos semelhantes significativamente associados aos resultados da asma. Ou seja, independentemente do tamanho das cidades, estes tóxicos atmosféricos parecem estar a influenciar a asma entre as crianças.

Fonte: Tupam Editores

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