Nos últimos anos, o NIBS surgiu como uma nova opção terapêutica para o transtorno do alcoolismo e outros transtornos relacionados com substâncias e vícios. Os métodos NIBS têm revelado resultados promissores para o tratamento do tabagismo, no entanto, pouco se sabe sobre a sua eficácia na abstinência a longo prazo.

Por essa razão, os investigadores realizaram uma revisão sistemática e meta-análise para avaliar a eficácia do NIBS na cessação tabágica a longo prazo. A equipa pesquisou vários bancos de dados científicos para ensaios controlados randomizados de NIBS em fumadores adultos que estavam a tentar parar de fumar, com acompanhamento de mais de 4 semanas e, seguidamente, combinou os resultados para medir o efeito geral do NIBS na cessação do tabagismo.

Foram incluídos sete estudos, resultando em 699 pacientes no total. Em todos os estudos, os grupos de controlo receberam NIBS simulado.
Ao agrupar os sete estudos, a razão de risco de abstinência sustentada de qualquer forma de NIBS em relação ao NIBS simulado foi de 2,39, o que significa que os fumadores que receberam NIBS tiveram uma probabilidade 2,39 vezes maior de abstinência tabágica a longo prazo do que os fumadores que receberam NIBS simulado. A taxa de risco foi maior ao observar diferentes tipos de NIBS ou na estimulação de partes específicas do cérebro. Em quatro estudos foi encontrado um alto risco de viés.

Segundo o Dr. Benjamin Petit, principal autor do estudo, embora esta revisão pareça modesta, devido ao número de estudos incluídos, um baixo nível de confiança e uma variabilidade substancial entre estudos, os resultados parecem ser robustos e os investigadores estão confiantes ao sugerir que a NIBS é uma técnica de interesse para a cessação do tabagismo a curto prazo e sustentada.
Estão a decorrer atualmente vários ensaios científicos neste campo específico e, num futuro próximo, o NIBS pode ser reconhecido como uma nova opção promissora para ajudar pessoas que querem deixar de fumar.

As duas formas normalmente usadas de NIBS são a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) e a estimulação magnética transcraniana (TMS). O TDCS envia uma corrente direta de baixa intensidade através do cérebro usando elétrodos colocados no couro cabeludo do paciente. A corrente elétrica fraca modula a excitabilidade neuronal.

O TMS usa uma bobina metálica colocada contra o couro cabeludo do paciente. A bobina gera pulsos magnéticos que induzem breves correntes elétricas no tecido cortical. Dependendo da frequência dos pulsos, a excitabilidade da área alvo é aumentada ou diminuída.