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Tabagismo passivo associado a aumento de risco de AR

Um estudo realizado por investigadores da Universidade Paris-Saclay em Villejuif, França, permitiu concluir que o tabagismo passivo durante a infância e/ou idade adulta está associado ao aumento do risco de artrite reumatoide (AR).

Tabagismo passivo associado a aumento de risco de AR

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A AR é uma doença autoimune sistémica multifatorial, considerada como resultado de uma interação entre a genética e o meio ambiente. O tabagismo ativo tem sido o fator de risco relatado de forma mais consistente para AR. Apesar desta conexão com o tabagismo ativo, poucos estudos consideraram os riscos associados ao tabagismo passivo e os dados disponíveis são conflituantes.

Yann Nguyen e os seus colegas examinaram a associação entre a exposição ao tabagismo passivo e o risco de AR incidente numa coorte prospetiva francesa de mulheres saudáveis, tendo sido utilizados questionários autorrelatados para avaliar a exposição ao tabagismo passivo.

Os investigadores identificaram 698 casos incidentes de AR entre 79.806 mulheres. No geral, 13,5% e 53,6% das mulheres foram expostas ao tabagismo passivo na infância e na idade adulta, respetivamente. Em todos os modelos, o tabagismo passivo na infância e na idade adulta foi associado ao risco de AR (taxas de risco, 1,24 e 1,19, respetivamente).

Nunca fumadores com exposição ao fumo passivo na infância e/ou idade adulta apresentaram risco absoluto de AR semelhante ao de fumadores sem exposição ao fumo passivo (47,6 e 47,2/100.000 pessoas-ano, respetivamente); o maior risco absoluto foi observado para os fumadores também expostos ao tabagismo passivo (53,7/100.000 pessoas-ano).

Segundo os autores, o tabagismo passivo durante a infância e/ou idade adulta foi associado a um risco aumentado de AR, especialmente entre as mulheres que nunca fumaram. Essa exposição deve ser limitada tanto quanto possível para prevenir o aparecimento da doença.
Mesmo que o estudo, recentemente publicado na revista científica RMD Open, não tenha sido projetado para investigar esse ponto, a mensagem pode aplicar-se especialmente a indivíduos em risco de AR, por exemplo, familiares de pacientes com AR.

A AR é uma doença inflamatória que faz com que o sistema imunológico ataque por engano os tecidos saudáveis do próprio corpo, ou seja, trata-se de uma doença autoimune. Estima-se que afete cerca de 50 a 70 mil portugueses (com maior frequência as mulheres). A dor, o inchaço e a rigidez nas articulações são os sintomas mais visíveis e muito incómodos.

Fonte: Tupam Editores

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