TRATAMENTO

Desenvolvido projeto que “liberta” doentes ligados a ventilador

Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) desenvolveram um projeto de suporte ventilatório não invasivo que permitiu adaptar um ventilador a um sistema portátil de fácil transporte.

Desenvolvido projeto que “liberta” doentes ligados a ventilador

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Assim, os doentes que sofrem de uma incapacidade respiratória grave podem recuperar uma vida normal, com mobilidade e autonomia, sem necessidade de ficarem “presos” a uma cadeira de rodas ou a uma cama por não terem “fôlego” para se movimentarem sem o ventilador.

Durante a investigação, publicada na revista de medicina física e reabilitação American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation, este sistema portátil foi testado e a sua eficácia e segurança comprovadas. Para tal, os cientistas submeteram 18 pacientes a um estudo clínico, no qual tiveram de realizar um teste de caminhada de seis minutos, com e sem o auxílio do ventilador portátil.

O procedimento consistiu em adaptar o ventilador portátil com bateria interna a uma mochila, ou a um carrinho, de maneira a ser transportado facilmente pelos doentes que dependem 24 horas por dia de suporte ventilatório mecânico para sobreviverem.

Miguel Gonçalves, coordenador da investigação, refere que sem este suporte não invasivo nenhum dos pacientes conseguiu completar o tempo de teste e alguns deles nem conseguiam iniciar a caminhada, ao passo que com o ventilador portátil todos eles terminaram o percurso com sucesso e sem complicações.

Estes resultados, além de comprovarem a eficácia deste sistema na marcha, são a garantia clínica de que os doentes com graves limitações ventilatórias não estão condenados a viver numa cadeira de rodas para transportar o seu ventilador.

Tiago Pinto, fisioterapeuta e também autor deste projeto, refere que os doentes testados tinham um nível de funcionalidade muito baixo. Embora até tivessem força nas pernas não tinham capacidade ventilatória para caminhar.
Ao começarem a caminhar com o ventilador para todo o lado, os cientistas verificaram que os doentes foram ganhando mais autonomia, mais qualidade de vida e mais confiança.

Além dos cientistas já mencionados, o estudo contou com a colaboração do pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, João Carlos Winck.

A insuficiência ventilatória grave é uma condição em que se verifica uma fraqueza/paralisia dos músculos respiratórios, o que não lhes permite fazer uma adequada ventilação dos pulmões. É o caso de doentes que dependem de uma máquina para respirar mais do que 16 horas por dia.

Fonte: Tupam Editores

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