ALZHEIMER

Há quatro tipos de Alzheimer

Um estudo internacional demonstrou que a proteína tau, associada à doença de Alzheimer, não se dissemina da mesma forma no cérebro dos doentes, mas que se espalha de acordo com quatro padrões distintos.

Há quatro tipos de Alzheimer

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Isto significa que é possível afirmar que há quatro diferentes conjuntos de sintomas e diferentes prognósticos para os pacientes afetados pela patologia, de acordo com cada um desses padrões de disseminação da proteína.

“Isso sugere que o Alzheimer é uma doença ainda mais heterogénea do que se pensava. Agora temos motivos para reavaliar o conceito de Alzheimer típico e, a longo prazo, também os métodos que usamos para avaliar a progressão da doença”, afirmou o professor Jacob Vogel, da Universidade McGill, no Canadá.

Nos últimos trinta anos, muitos cientistas descreveram o desenvolvimento de proteínas tau associadas ao Alzheimer usando um único modelo, apesar dos casos recorrentes que não se enquadram nesse modelo. No entanto, estes novos resultados explicam por que pacientes com Alzheimer podem desenvolver sintomas diferentes.

“Nós identificamos quatro padrões claros de patologia tau que se tornaram distintos ao longo do tempo. A prevalência dos subgrupos variou entre 18 e 30 por cento, o que significa que todas essas variantes de Alzheimer são, na verdade, bastante comuns, e nenhuma delas domina como pensávamos anteriormente”, explicou o investigador Oskar Hansson.

O estudo apresenta e caracteriza quatro variantes da doença de Alzheimer, tendo em conta a forma de disseminação da proteína tau no cérebro. Na variante 1, a proteína tau dissemina-se principalmente dentro do lobo temporal e afeta principalmente a memória. A variante um ocorreu em 33 por cento de todos os casos analisados.

Já a variante 2, em contraste com a variante 1, espalha-se pelo resto do córtex cerebral. O indivíduo tem menos problemas de memória do que na primeira variante, mas, por outro lado, tem maiores dificuldades com as funções executivas, ou seja, a capacidade de planear e executar uma ação. A variante dois ocorreu em 18 por cento de todos os casos analisados.

Na variante 3, a acumulação de tau ocorre no córtex visual, ou seja, na parte do cérebro onde as informações do nervo ótico são processadas e classificadas. O processamento visual-espacial de impressões sensoriais no cérebro é afetado nos indivíduos com esse padrão. Eles têm dificuldade em orientar-se, distinguir formas e contornos, distância, movimento e a localização de objetos em relação a outros objetos. A variante 3 ocorreu em 30 por cento de todos os casos.

Finalmente, na variante 4, a proteína tau desenvolve-se de forma assimétrica no hemisfério esquerdo e afeta principalmente a habilidade de linguagem do indivíduo. A variante quatro ocorreu em 19 por cento de todos os casos.

Os cientistas acreditam que essa nova classificação poderá abrir portas ao desenvolvimento de métodos de tratamento mais individualizados para os doentes no futuro.


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