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Consultas presenciais: redução de 36% nos primeiros 6 meses do ano

Foram realizadas no primeiro semestre deste ano menos 3,8 milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários do que no mesmo período de 2019, enquanto nos hospitais foram feitas menos 902 mil consultas nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Consultas presenciais: redução de 36% nos primeiros 6 meses do ano

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Estes dados, apresentados esta terça-feira, 8 de setembro, no auditório da Ordem dos Médicos, entre as 11h00 e as 12h30, no âmbito do lançamento do Movimento Saúde em Dia, promovido pela Ordem dos Médicos e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), mostram uma quebra de 36 por cento de consultas presenciais nos centros de saúde nos primeiros seis meses deste ano.

A redução de 902 mil consultas hospitalares representou uma quebra de 225 nas primeiras consultas hospitalares e de 11 por cento nas consultas subsequentes.

Nas urgências hospitalares, assistiu-se a uma redução de 27 por cento de episódios no primeiro semestre, o que significa menos 839 436 episódios do que em 2019.

Também as cirurgias tiveram uma quebra significativa, com a realização de menos 27 por cento de intervenções. As cirurgias programadas tiveram uma redução de 30 por cento e as urgentes diminuíram dez por cento.

A Ordem dos Médicos e a APAH manifestam preocupação com os dados relativos ao número acumulado de doentes que não têm acesso a consultas, cirurgias, exames, internamento ou mesmo urgências.

Uma situação que, explica Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, “se pode agravar nos próximos meses, uma vez que existem doentes sem acesso a consultas desde março, que ainda não começaram a ser tratados e não há um verdadeiro plano de retoma”.

Segundo os dados oficiais, o número de teleconsultas aumentou 40 por cento, no 1.º semestre de 2020. Contudo, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, explica que há que olhar com atenção para as consultas presenciais que não foram realizadas: “os números da telemedicina até podem ser positivos, mas este recurso será sempre complementar, e ainda não está consolidado de forma uniforme em Portugal, e pode mascarar uma realidade que se pode tornar ainda mais grave num futuro próximo. Não é apenas com uma chamada telefónica que podemos realizar rastreios, diagnósticos, conhecer o doente e referenciá-lo adequadamente para os cuidados especializados”.

Miguel Guimarães subscreve esta ideia e acrescenta que “os centros de saúde continuam com atividade limitada pela COVID-19” e que os contactos diretos com o doente têm sido muito baseados numa suposta telemedicina e por contactos breves, o que não permite ter acesso à imagem completa do utente.

“É preciso começar a tratar os doentes que ficaram pendentes desde março, é preciso que os doentes não tenham medo de ir ao SNS e que o SNS lhes dê todos os acessos possíveis. Os doentes não podem achar que uma consulta em telemedicina é o mesmo que uma consulta presencial”, refere Miguel Guimarães.
É com base nestes números, e nesta preocupação, que estas entidades, com o apoio da Roche, lançam hoje o vídeo “Saúde em Dia – Não mascare a sua saúde”, que pretende sensibilizar a população para a importância de se manterem alerta em relação à sua saúde, não mascarar sintomas e não adiar visitas ao médico perante sinais de alerta de qualquer doença.

Fonte: Ordem dos Médicos e APAH

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