OFTALMOLOGIA

Associação de consultórios de oftalmologia arranca já em janeiro

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) criou uma rede de consultórios de oftalmologia, com medidas práticas a funcionar a partir de janeiro de 2020, e que vai ser apresentada no âmbito do 62.º Congresso Português de Oftalmologia.

Associação de consultórios de oftalmologia arranca já em janeiro

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Um dos fins da SPO é zelar para que não seja colocado em risco a saúde da população.  É com base neste pilar de defesa da saúde ocular dos portugueses que a SPO lança, no 62º Congresso Nacional, que decorre nos próximos dias 5 a 7 de dezembro, em Vilamoura, a associação CO.ES.O. – Consultórios de Especialistas de Oftalmologia -, anunciando que a mesma está em condições de começar a funcionar, com medidas práticas, incluindo uma app e uma linha telefónica gratuita, a partir de dia 1 de janeiro de 2020.

 A CO.ES.O pretende dar resposta por um lado aos problemas que afetam a classe dos médicos oftalmologistas e, por outro lado, dar resposta ao problema das listas de espera em oftalmologia.

Fernando Falcão Reis, Presidente da SPO, começa por explicar que, na primeira vertente, da defesa da profissão, a CO.ES.O. pretende: “1) explicar, a toda a população, que quem trata dos olhos são os médicos oftalmologistas e não os técnicos de optometria, os autointitulados especialistas de visão que pululam pelo país. E por isso, a CO.ES.O., através de uma plataforma digital vai disponibilizar um diretório de médicos oftalmologistas; 2) desenvolver uma estrutura nacional que agregue o maior número de médicos para que a CO.ES.O. possa constituir-se como uma interlocutora de peso junto às seguradoras e subsistemas de saúde. O objetivo é estancar a redução progressiva das remunerações que os oftalmologistas têm vindo a assistir nos últimos anos e que é transversal a todas entidades e subsistemas”.

Numa segunda vertente, continua a explicar o Presidente da SPO, “a CO.ES.O pretende contribuir para dar resposta ao problema da falta de acessibilidade a consultas de oftalmologia fora e dentro do universo do SNS. A CO.ES.O está a criar as condições que possam levar à formação de uma rede de consultórios de oftalmologia de âmbito nacional. Para tal contamos com a adesão dos numerosos consultórios, já existentes, espalhados pelo território de norte a sul”.

Existem em Portugal mais de mil oftalmologistas, o que dá um ratio aproximado de 1 médico por dez mil habitantes. Este elevado número de oftalmologistas coloca Portugal entre os países da Europa com mais oftalmologistas, bem acima do ratio recomendado pela Organização Mundial de Saúde de um por 15 mil habitantes. As listas de espera não resultam, por conseguinte, da falta de médicos.

A distribuição de consultórios pelos pequenos centros urbanos é uma das principais potencialidades da CO.ES.O. “A rede, para além de contar com os consultórios existentes, tem um plano de ação para incentivar a abertura de consultórios por parte dos médicos mais jovens. O apoio ao estabelecimento de novos consultórios contempla vários serviços dentro de um conceito de partilha de recursos e, num futuro que se espera próximo, contemplará o próprio investimento financeiro. Os grandes grupos hospitalares não estão interessados em investir em meios pequenos e o ministério da saúde não tem recursos humanos ou financeiros para o fazer, mas a COESO pode intervir positivamente, sem abdicar de critérios de razoabilidade económica, melhorando significativamente a acessibilidade das populações que vivem em locais mais afastados dos grandes centros urbanos”.

E, aprofunda Fernando Falcão Reis, ainda na vertente de melhoria dos cuidados de saúde em Portugal, “a CO.ES.O ambiciona poder oferecer uma solução para o problema das listas de espera em Oftalmologia nos hospitais públicos.  Serão feitos todos os esforços no sentido de chegar a um acordo com o SNS de modo a garantir uma consulta de proximidade a toda a população portuguesa. Argumentos a favor do estabelecimento de um tal acordo não faltam. Regiões com menos de 15 000 pessoas, afastadas dos principais centros urbanos, não têm oferta de serviços de oftalmologia no SNS ou nos hospitais privados, estando condenadas a ver perpetuada esta situação por incapacidade do Estado e desinteresse dos privados.

Os custos com deslocações constituem um fardo para os doentes e um encargo assinalável para o Estado, custos que ultrapassam em muito o valor previsível de uma consulta. A triagem pré-hospitalar passaria a ser feita efetiva e eficazmente. O seguimento pós intervenções hospitalares passaria a ser feito em proximidade. Os optometristas seriam menos procurados com ganhos evidentes na saúde pública”.

A CO.ES.O aspira a ser o interlocutor que o Ministério da Saúde deseja para a implementação da, sempre adiada, rede nacional de cuidados primários em oftalmologia com efetiva cobertura nacional e sem listas de espera.

A SPO informa que quem pretender utilizar a CO.ES.O. o pode fazer a partir de 1 de janeiro. As pessoas interessadas em marcar uma consulta de oftalmologia pela CO.ES.O. devem descarregar a aplicação CO.ES.O. na App Store ou no Google Play.

Na app, o interessado encontra o médico pelo nome ou por geolocalização. Se for este o caso a App identifica os médicos com consultórios mais próximos da localização onde é feito o pedido. O contacto é feito por uma linha gratuita com o número   800 300 350. 

O “help desk” regista o pedido, procede à marcação na agenda eletrónica do médico, avisando o doente, por telefone ou por email, do local, dia e hora da consulta.

Os médicos aderentes têm a possibilidade de monitorizar a agenda dos seus consultórios a todo o momento. Todos os oftalmologistas nacionais são potenciais aderentes da CO.ES.O.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO)

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