Infeções hospitalares podem ser reduzidas com partilha de informação
A taxa de infeções hospitalares em Portugal pode ser reduzida se houver partilha de informação sobre as bactérias predominantes e o perfil de suscetibilidade de resistência aos antibióticos, defende uma investigadora na área da Microbiologia.
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“O que importa é, tal como queremos conhecer os nossos doentes, conhecermos também as nossas bactérias de forma a que os médicos prescrevam o mais adequadamente possível de acordo com as bactérias predominantes e com o perfil de resistência predominante a nível local”, referiu Cátia Caneiras, em declarações à Lusa.
Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com maior percentagem de doentes em cuidados continuados que contraíram pelo menos uma infeção associada aos cuidados de saúde, segundo um relatório divulgado.
Segundo Cátia Caneiras, os serviços de Patologia Clínica e os microbiologistas conhecem o perfil de resistência aos antibióticos e das bactérias predominantes em determinada unidade hospitalar, mas é preciso trabalhar em equipa para que essa informação seja transmitida às equipas médicas.
O impacto das infeções associadas aos cuidados de saúde é agravado pelo aumento de bactérias resistentes a antibióticos, o que pode levar a infeções difíceis ou mesmo impossíveis de tratar.
O isolamento de bactérias resistentes a antibióticos em doentes de cuidados continuados em Portugal também apresenta as percentagens mais elevadas dos países analisados, com 46,2 por cento, quase o dobro da média da OCDE (26,3 por cento).