INFERTILIDADE

Infertilidade masculina pode ser devida ao “trânsito” testicular

Cientistas internacionais descobriram que o ADN do esperma de muitos homens inférteis é tão bom quanto o do esperma de homens férteis e que o problema associado à infertilidade pode estar no “caminho de saída” dos espermatozoides.

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A descoberta pode explicar uma das principais causas da infertilidade masculina, abrindo a possibilidade de usar espermatozoides recolhidos diretamente dos testículos de homens inférteis para superar a sua infertilidade.

Danos no ADN do esperma representam uma das principais causas da infertilidade masculina e reduz as probabilidades de um casal ter filhos.

Agora, a investigadora Sheena Lewis e os colegas da Universidade Queens de Belfaste, Reino Unido, descobriram que, nos “caminhos” percorridos pelos espermatozoides dentro dos testículos ao longo da longa série de dutos antes da ejaculação, o AND do esperma pode sofrer grandes danos, alguns dos quais devido ao stresse oxidativo.

A descoberta foi feita através da comparação de amostras de espermatozoides retirados diretamente dos testículos com espermatozoides ejaculados de homens inférteis e férteis.

Os homens inférteis incluídos no estudo não tiveram êxito anterior com o tratamento de fertilidade (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). As análises procuraram especificamente por dois tipos de “quebras” na molécula de ADN - quebras de cadeia simples e dupla.

“Quando analisámos os espermatozoides ejaculados, descobrimos que a extensão dos danos ao ADN do esperma era muito maior nos homens inférteis do que nos homens férteis, com aproximadamente 15 por cento nos homens férteis, mas 40 por cento nos homens inférteis. Não foi uma surpresa ver danos maiores no ADN de esperma ejaculado de homens inférteis. O que não esperávamos era a consistência desses resultados. Quando olhámos para o esperma retirado diretamente dos testículos dos homens inférteis, descobrimos que ele era de qualidade semelhante à do esperma fértil ejaculado”, disse Lewis.

A maioria dos danos ao ADN causados no “trânsito” dos testículos até à ejaculação foi causada pelo stresse oxidativo, que causa quebras de fita única, mas não duplas. Isso ocorre quando os espermatozoides são submetidos a maus hábitos de vida, como dieta inadequada, ficar sentado o dia todo ou fumar. Doenças como a doença de Crohn e diabetes tipo 2 também causam stresse oxidativo.

Mas a investigadora faz ressalvas aos limites do estudo. “Precisamos estar cientes do que este estudo mostra e do que não mostra. Nós ainda não podemos provar que este dano ao ADN do esperma é a principal causa da infertilidade masculina ou da falha do tratamento [de injeção intracitoplasmática de espermatozoides] nesses homens, ou que o uso de esperma testicular diretamente ajudaria a melhorar a probabilidade de engravidar, mas o trabalho certamente aponta nessa direção”, concluiu a cientista.


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