O receio daquela organização prende-se com o facto do surto poder alastrar ainda mais pelos países asiáticos o que leva Peter Cordingley, porta-voz da entidade, em Manila, a lamentar caso a "cavalaria chegue tarde demais" perante um cenário considerado difícil no Hemisfério Norte. É que mesmo que a vacina esteja concluída em 4 meses, imunizar milhões de asiáticos implicaria uma grande produção que, dificilmente, se conseguiria em pouco tempo. Mais ainda, os técnicos têm que trabalhar sobre a nova variante que atinge, actualmente, o continente asiático, pois de acordo com Cordingley, o vírus que circula agora não é o mesmo que atingiu Hong Kong em 1997, e por isso, teve que se começar do zero pois, a vacina utilizada naquela altura, mostrou-se ineficaz com a variante actual.

Contudo, o maior receio das autoridades é que o vírus se alie ao da gripe humana, sofra mutação e se torne de fácil transmissão entre os humanos.

Entretanto, o vírus já chegou à Tailândia e Paquistão e teme-se que passe fronteiras para países ainda mais pobres e com falta de estruturas adequadas para combater a epidemia, como no caso de Laos. Na Tailândia a doença já vitimou uma criança de 6 anos, internada, desde 16 de Janeiro, com sintomas da doença. A gripe aviária neste país já foi confirmada em 13 das 76 províncias tailandesas, sendo o segundo país onde o vírus se transmitiu de forma mortal ao homem, após as 6 mortes registadas no Vietname.

Outro dos países a braços com a epidemia é o Paquistão, onde o vírus já causou a morte a quatro milhões de frangos desde Novembro. A doença, detectada no sul do país, foi identificada pelos especialistas, como correspondendo à gripe das aves H7 e H9.

Para além destes dois países asiáticos, mais seis estão na mira da doença, nomeadamente, Camboja, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Vietname.

Preocupadas com a situação, três organizações da ONU apelaram aos países doadores para que disponibilizem fundos e assistência técnica aos países afectados no sentido de conseguirem controlar a epidemia. Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Gabinete Internacional das Epizootias (OIE) existe a possibilidade do vírus se tornar num "agente patogénico eficaz e perigoso para o homem". Entre as medidas que a FAO e a OIE sugerem para contrariar a epidemia, está uma fiscalização rigorosa dos movimentos de animais nas zonas infectadas, para além da distribuição de vacinas e a protecção dos trabalhadores agrícolas com equipamento adequado.